Documentário mostra glória e agonia de um rockstar

Desde a fatídica madrugada em que Michael Hutchence foi encontrado morto em 22 de novembro de 1997, em um quarto de hotel na Austrália, foi divulgado que a causa da sua morte teria sido asfixiofilia, uma prática de masturbação que leva a um tipo de asfixia sexual. Isso foi, inclusive, propagado pela ex-companheira do músico, a apresentadora britânica Paula Yates, com quem ele teve uma filha. Porém eis que o documentário “Mystify: Michael Hutchence” (2019), fresquinho na Netflix, traz outra perspectiva da história, com um mergulho intenso no psicológico do artista.

Recomendável tanto para fãs do rockstar como para leigos que gostam de assistir a uma biografia, a produção traz surpresas e muita emoção. O grande lance para os fãs de Hutchence é que muito do que é revelado no documentário é desconhecido dos fãs, e principalmente apresenta um novo fim para a tragédia que acometeu o cantor.

É fato, o INXS é uma das bandas australianas mais bem-sucedidas da história. Michael Hutchence teve uma trajetória de sucesso, bons discos, hits marcantes. Sempre cercado por belas mulheres teve um fim precoce e trágico – um suicídio por enforcamento aos 37 anos de idade. Imerso nessa história o diretor Richard Lowenstein reafirma todos os estereótipos do rockstar, até amplificando alguns, ao mesmo tempo em que busca apresentar um retrato mais íntimo, oferecendo a humanização do ícone. Intimidade com seu biografado é algo que Lowenstein possui, tendo acompanhado de perto o INXS; ele dirigiu os videoclipes dos principais hits do grupo – como “Need You Tonight”, “New Sensation”, “Never Tear Us Apart” e a canção que dá nome ao longa, “Mystify”.

O cineasta deixa bem claro essa proximidade na forma como apresenta o conteúdo produzido especialmente para o documentário, trazendo os depoimentos dos companheiros de INXS, amigos e parentes apenas em áudio, ilustrados na tela por uma vasta gama de imagens de arquivo oficiais, fotografias – shows, ensaios, entrevistas, participações em programas de TV – e pessoais, registradas pelo próprio Hutchence ou por pessoas próximas.

Isso dá uma carga emocional muito grande a quem se deixa imergir por este diário vivo contado em audiovisual.

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(Texto: Marcelo Rezende/Publicado por João Fernandes)

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