Na noite de sexta-feira (17), Campo Grande recebeu a atriz e humorista Renata Brás, conhecida do grande público pelo personagem “A Ciumenta” do programa A Praça É Nossa (SBT), em um espetáculo que mistura humor, histórias pessoais e reflexões sobre um sentimento universal: o ciúme. A apresentação, em formato de monólogo, aconteceu no Teatro Dom Bosco e foi trazida à cidade pela Noventa e Três Produções, após sessões esgotadas em São Paulo.
Em entrevista exclusiva ao portal O Estado Online, Renata falou sobre a criação do personagem, sua trajetória no teatro e a repercussão do monólogo entre o público.

Campo Grande é a primeira cidade fora do estado de São Paulo a recever o espetáculo – Foto: Allan Gabriel
“Ela [a Ciumenta] foi criada para a TV pelo Carlos Alberto de Nóbrega e fez muito sucesso. Com isso, pensei: por que não transformar o personagem em um monólogo? O ciúme não é só aquele da TV, é um sentimento natural de todo ser humano. Alguns são mais paranoicos, outros menos, mas todos sentimos ciúme em diferentes momentos da vida, seja com amigos, familiares ou parceiros”, explicou a atriz.
Renata também comentou como mistura elementos de sua vida pessoal com o personagem da TV, criando um espetáculo que convida o público a refletir sobre suas próprias experiências: “Trago dores de amor, traições, situações minhas e de amigas, sem revelar tudo. O público fica livre para imaginar o que aconteceu de verdade e o que é ficção.”
Sobre a identificação do público com o espetáculo, Renata contou que as mulheres se veem mais no personagem, enquanto os homens tendem a apontar situações para as mulheres: “Eles relatam mais sobre ex-namoradas ou parceiras, raramente assumem que são ciumentos.”
A atriz refletiu também sobre os limites do ciúme em relacionamentos: “O ciúme é um medo de perder alguém, mas tem que ser dosado. Exagerar sufoca, e quanto mais você aperta, mais a pessoa se afasta. É difícil encontrar o equilíbrio entre cuidado e possessividade. A dosagem certa pode até ser um tempero, mas quando é excessiva, vira tóxico.”

A personagem foi criada para o programa ” A Praça é Nossa”, e ganhou os palcos do Brasil – Foto: divulgação
Renata revelou que o monólogo foi escrito antes da pandemia, mas estreou em um período em que a plateia ainda precisava manter distanciamento social. “Foi muito estranho, as pessoas estavam mascaradas, distantes. Mas isso não impediu que o espetáculo ganhasse vida. Hoje, quando apresento, sinto que a Ciumenta decolou de verdade”, contou a atriz, emocionada.
Pela primeira vez na Capital sul-mato-grossense, sobre a chegada a Campo Grande, Renata comentou que foi sua primeira viagem de avião com o espetáculo: “Fiquei encantada com a cidade. Visitei restaurantes, o Bioparque, e estou com vontade de voltar para conhecer Bonito e Pantanal. Quero ficar uns 10 dias explorando tudo. E foi até emocionante quando eu estava vindo para cá e, vi o avião, assim, decolando, porque me dei conta de que um trabalho ao qual me dediquei, escrevi, vi nascer, estava decolando, literalmente, para outra estado do Brasil.”

O público de Campo Grande se divertiu e refletiu com o monólogo – Foto: divulgação
A atriz também falou sobre sua trajetória na TV: seis anos em A Praça É Nossa, participações com humoristas como Zé Bonitinho, e trabalhos recentes em streaming, como Brasil a Bordo (Globoplay), Carinha de Anjo, Meu Cunhado é um Vampiro e Uma Advogada Brilhante (Netflix).
E para o futuro, Renata adiantou alguns projetos: “Recebi um convite para interpretar Eva Wilma em um show, posso voltar com a peça Tô Louca, Mas Não Tô Sozinha e estou escrevendo meu primeiro drama, que precisa de cuidado porque mexe com questões pessoais.”
O espetáculo também contou com a participação de vozes em off de Cláudia Raia, Miguel Falabella e Davi Novaes, além de um bate-papo pós-peça com psicanalistas de Campo Grande sobre o tema do ciúme, promovendo interação entre a artista e o público.
Com humor, leveza e reflexões sobre emoções humanas, “A Ciumenta” não apenas divertiu, mas faz o público de Campo Grande rir de si mesmo e se questionar sobre os limites do ciúme em nossas relações.
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