Crítica: “Homem-Aranha no Aranhaverso” – Uma continuação com frescor, mas com alguns deslizes

Foto: Divulgação
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“Homem-Aranha no Aranhaverso” é a aguardada continuação da animação de 2018 que conquistou o público com sua abordagem inovadora e visualmente impressionante. Embora desta vez não seja dirigido pelos mesmos diretores do primeiro filme, a equipe de diretores, Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson, conseguem manter o mesmo frescor e traz novas ideias que são muito bem implementadas.

A edição e a montagem do filme são excelentes, mesmo em momentos de intensa ação, conseguimos acompanhar o que está acontecendo claramente. O uso da câmera lenta é delicado e nos permite apreciar os momentos-chave, como quando Miles Morales está se movendo com suas teias pelas ruas de Nova York. A câmera lenta é usada de forma monótona em momentos específicos, criando uma experiência agradável de assistir.

A qualidade da animação está sensacional, com novos conceitos sendo apresentados. O vilão “Mancha” é trabalhado de maneira criativa com suas habilidades. O filme é definitivamente mais bonito do que o primeiro, desde a textura do uniforme do herói, até as novas implementações visuais. Os momentos mais dramáticos são realçados com uma técnica visual onde o fundo se transforma em uma aquarela, criando um efeito impactante.

Embora haja uma mudança no estilo de animação, ela é feita de forma cuidadosa e se encaixa perfeitamente. No primeiro ato, temos uma sequência envolvendo um gavião gigante com um design sensacional, proporcionando uma luta muito divertida.

Em termos de história, o filme não possui a mesma pegada do primeiro e pode se tornar um pouco cansativo. O roteiro explora bem os sacrifícios necessários na jornada do herói Homem-Aranha. Todos os Homens-Aranha do multiverso são unidos por um senso de responsabilidade e uma tragédia inevitável, porém, cada um reage de maneira diferente.

Apesar de ser um filme repleto de personagens, o foco principal se mantém no protagonista, e os arcos são bem desenvolvidos. As motivações são plausíveis e até os personagens secundários têm seu momento para brilhar.

A trilha sonora do filme é ótima, provocando diferentes sensações em cada situação. Ela ajuda a compor o clima fúnebre de algumas cenas, além de contribuir para o crescimento narrativo no segundo ato, em que as coisas acontecem em sequência.

O filme está repleto de informações e referências às obras do Homem-Aranha, com muito humor nostálgico e autorreferências, porém é impossível absorver tudo de uma vez.

Embora haja momentos comoventes e de respiro, o roteiro às vezes procrastina, esticando alguns pontos da trama para preparar uma sequência do filme. Outro problema é que o filme não possui um clímax nem um ato final. A história simplesmente para, deixando uma sensação de falta de conclusão. É compreensível que em uma sequência de filmes alguns pontos da trama sejam explicados posteriormente, mas em “Aranhaverso”, as coisas estão acontecendo e, de repente, o filme termina. Com uma duração de 2 horas e 20 minutos, espera-se uma conclusão satisfatória, mas infelizmente isso não ocorre.

Apesar desses deslizes, “Homem-Aranha no Aranhaverso” continua sendo uma animação visualmente impressionante, com novas ideias e uma abordagem refrescante que agrada tanto os fãs do herói quanto os amantes de animação.

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