De intercâmbios a universidades no exterior, a procura por experiências internacionais por estudantes brasileiros tem aumentado nos últimos anos. A última pesquisa divulgada, em 2019, pela Associação das Agências Brasileiras de Intercâmbio (Belta), informou que, em 2018, 37,7% mais estudantes começaram uma graduação internacional em comparação ao ano anterior.
Segundo Liza Yoshitani, gerente do processo de admissão em universidades estrangeiras na CI, uma das maiores agências de intercâmbio e turismo jovem do Brasil, “existe uma tendência, atualmente, dos estudantes se inscreverem em universidades no Brasil e, ao mesmo tempo, no exterior”. Dessa forma, o estudante está aberto para mais oportunidades e pode decidir qual caminho seguir após receber as respostas de aprovação.
Por isso, preparamos um guia respondendo as maiores dúvidas sobre fazer uma universidade no exterior e como se preparar para esse processo.
Escolhendo o destino de estudos
Liza conta que não há uma regra para essa escolha: “existem faculdades para vários perfis diferentes, principalmente nos EUA, que conta com 4.800 universidades”. Por isso, é preciso pensar quais são suas prioridades ao viver fora do Brasil. A escolha pode partir de um país em que você sonha viver ou, também, de um desejo acadêmico de estudar em universidades de renome internacional, como Cambridge e Harvard.
Apesar da grande concorrência em instituições renomadas, as universidades sempre abrem vagas para estrangeiros. Isso porque ter maior diversidade, contar com alunos de diversos países, rende pontos às instituições nos rankings internacionais. Liza afirma que, para uma universidade ter boa reputação, ela deve ter uma porcentagem mínima de estrangeiros de origens diversas como estudantes, o que agrega na troca de cultura e valores, aumento da tolerância, além de gerar variedade de conhecimentos para o ambiente acadêmico.
Porém, para ingressar em qualquer universidade estrangeira é preciso estar de acordo com os requisitos particulares de cada instituição, como veremos mais à frente. Outro detalhe importante é a antecedência ao se preparar para o processo seletivo. Lembre-se de que o calendário acadêmico no exterior costuma ter início entre os meses de agosto e setembro, muito diferente do Brasil. Na CI, os consultores indicam que você comece os preparativos com o mínimo de um semestre de antecedência ao período que deseja embarcar. Mas quanto antes melhor.
O que é “application” e como funciona
Application nada mais é que a inscrição no processo seletivo das universidades. Diferentemente do Brasil, a seleção dos alunos é mais extensa e baseia-se em duas etapas principais: a avaliação acadêmica a partir do histórico escolar (que deve ser entregue em português e em tradução juramentada no idioma requisitado pela instituição), o certificado de proficiência no idioma e documentos pessoais, como o passaporte.
Já na segunda etapa, o estudante é avaliado a partir de cartas de recomendação – geralmente de um professor e do diretor da escola –, uma carta de intenção escrita pelo próprio aluno, em que ele se apresenta e explica por que quer estudar na universidade escolhida e, por fim, um currículo geral com detalhes sobre seus estudos, atividades extracurriculares, participação em esportes ou olimpíadas acadêmicas, entre outros.
Como se destacar no processo seletivo
Os requisitos das universidades variam muito de acordo com seu perfil e o que esperam de seus graduandos. Mas uma coisa é certa: sua média de notas contará muito nessa seleção. “Em todos os países, as faculdades usam um sistema de meritocracia para avaliar os alunos, então o histórico escolar deve mostrar como eles se desenvolveram nos quatro anos anteriores (ou seja, desde o nono ano) e suas notas”, conta Liza.
(Texto:Guia do Estudante)