Quentinhas do Cinema: Como o cinema ajuda nos movimentos ambientais

Dá pra imaginar que no cinema teríamos filmes que denunciam práticas nocivas causadas pelo homem, tais como envenenamento da água? O cinema também é surpreendente, se você refletir por alguns segundos, imagine se tal roteiro tem condições de dar certo. Dois filmes com temáticas muito parecidas e peculiares trazem um ritmo agradável munido de um ótimo elenco. Em ambos os casos, não só contam histórias reais, como são denúncias muito relevantes ao meio ambiente.

Vamos pelo mais conhecido, e que você já tenha passado por ele em algum canal da TV a cabo, ou o tenha assistido mesmo: “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento” (2000), estrelando Julia Roberts. Nesse longa ela é uma mulher de meia idade, mãe solo e que tenta com todas forças emocionais e mentais descobrir como a PG&E (Pacific Gas and Electric Company) tem usado o cromo hexavalente para limpeza de seus tanques e escondido por tantos anos. Esses filmes, além denunciar o descaso com a saúde das pessoas, também mostra que a indústria norte americana é um muro onde nem mesmo a justiça as vezes é capaz de penetrar ou passar por cima.

Tudo isso e mais uma dose extra do nacionalismo cafona dos americanos, colabora para aquela parcela desamparada fique sem ser assistida e também sem recursos legais de pelo menos ter alguma ajuda médica. Erin por não ter uma formação, compensada com boa lábia, consegue fazer com que as pessoas confiem nela rapidamente, ao longo do filme, com muito carisma da personagem claro. O filme é bem fluído e tem subplots agradáveis, o que deixa a experiência de acompanhar todas as histórias – muitas delas não são fáceis – um pouco menos dura.

Em “O Preço da Verdade” (2019), com Mark Ruffalo, o tema é bem semelhante. Há um envenenamento da água um pouco mais sórdido. A empresa química Dupont norte-americana se aproveitou de projetos espaciais como o teflon, usado nas missões espaciais nos anos de 1960, colocando esse material em panelas e frigideiras sem deixar claro para quem produz e para quem
consome que uma parte desse material, se ingerido, através da água ou até mesmo da raspagem, não é expelido do nosso corpo, o que causa cânceres e em alguns casos intoxicações que levam à morte.

No filme vemos algumas pessoas que trabalhavam nas fábricas sem saber do risco que corriam e os moradores da região, que em sua grande maioria eram fazendeiros, começaram a perder animais por conta da água envenenada que uma das filias da Dupont estava eliminando de forma irresponsável no meio ambiente.

(Confira mais na página C2 da versão digital do jornal O Estado)

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