Coletivo de cinema realiza mostra de cinema japonês gratuita no MIS

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Foto: divulgação

O coletivo de cinema “A Boca Filmes” realiza nova parceria com o MIS (Museu da Imagem e do Som) e apresenta a programação “Andarilhos de Tóquio: Crônicas de Violência no Cineclube dos Exageros”. Focado em produções japonesas, o evento realiza cinco sessões que exibem obras de cineastas de renome do cinema nippon. Com o intuito de debruçar- -se tanto para a poética quanto para as tramas das obras, o evento é uma opção para os interessados pela cultura oriental e uma alternativa ao cinema tradicional. As exibições acontecem todas às quintas, às 19h. A entrada é gratuita e a classificação varia conforme a exibição. 

Com fortes influências teatrais, o cinema japonês destacou-se por produções singulares e originais em aspectos estéticos, técnicos e de linguagem. A curadoria realizada por Felipe Feitosa, um dos organizadores do coletivo, propõe um tour pelos principais gêneros do cinema nippon, como filmes de máfia até os de efeitos especiais. 

“‘Shin Godzilla’ é um filme que traz à tona muito da tradição dos tokusatsu – gênero voltado para filmes com efeitos especiais mais carregados e com um histórico popular. Então, a próxima sessão definitivamente vai ser uma experiência de cinema com pipoca. A obra tem tons mais aventurescos e cômicos. É para ir ver com os amigos e se divertir. Além de que, eu vou apresentar um contexto sobre o filme e sobre o gênero que, sem dúvida, vai enriquecer o debate no fim da sessão”, destacou o curador e mediador. 

A predileção constante por um olhar em plano geral e sequências longas e vagarosas, são alguns dos aspectos que cativam fãs em diversos países pelo mundo e perpetua o cinema japonês como uma referência. Não à toa, as narrativas que entoaram a história do cinema japonês não deixam por menos. Algumas, são envoltas por muito mistério e investigação, que faz do espectador um participante da história e outras, revelam o mundo noturno e o deslumbrante submundo de uma Tóquio dos anos 1960. Essas são algumas narrativas de destaque do cinema japonês que o coletivo propõe aos campo-grandenses, um público que, segundo o organizador, pode se entusiasmar com as sessões. 

“Além do cinema japonês ser extremamente notável e influente para a história do cinema, no caso do ‘Andarilhos de Tóquio’ o foco era construir um panorama do cinema japonês e de espaços tradicionais da cultura nipônica por meio dos filmes. Além disso, Campo Grande possui uma expressiva comunidade japonesa, então o aspecto sociocultural é um ponto significativo que incentiva a nossa seleção”, afirma.

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Foto: divulgação

Cineclube, democratização e parceria 

Ao permitir que influências ocidentais integrassem sua linguagem cinematográfica, os japoneses dão uma nova guinada em sua filmografia e revelam nomes que marcaram a história do cinema. Yasujiro Ozu, Akira Kurosawa e Kenji Mizoguchi são os destaques que marcaram a Era Dourada do cinema japonês, em meados dos anos 30 e 50. E, é com o propósito de oportunizar diferentes cinematografias aos espectadores que o cineclube surge, como um espaço educativo, político e sem fins lucrativos, que busca estimular o público, por meio de discussões, a assistirem diversas obras cinematográficas.

“Eu sempre acreditei que os cineclubes têm uma capacidade única de democratizar o acesso ao cinema. O objetivo do projeto é levar novos tipos de cinema para as pessoas, mas a gente sempre procura fazer isso de maneira horizontal. Quem fala e apresenta a sessão não tem mais razão que o espectador. Pelo contrário. Um debate após a sessão e a introdução que fazemos do filme é um jeito de tentar criar mais esse lugar de troca, em que todos estão convidados a falar sobre a própria experiência com as obras. São sessões de cinema gratuitas em que você pode conhecer novas pessoas e aprender sobre novas perspectivas dentro do cinema. Seja sobre um novo universo de filmes que você não tinha acesso, seja do ponto de vista de outra pessoa sobre aquele filme. É um espaço construído para que as pessoas se sintam bem ao ver um filme e saiam um pouco da típica sessão de shopping com um blockbuster ou aquele filme básico de catálogo de streaming”, explica Felipe.

“A Boca Filmes”, coletivo formado entre amigos universitários, surge com o intuito de fomentar o cinema independente campo-grandense e estabelecer trocas entre entusiastas e profissionais do ramo. Esta é a segunda parceria que o coletivo realiza com o MIS, que trouxe anteriormente filmes de faroeste para as sessões, contudo, Felipe demonstra que o ímpeto do coletivo é expandir cada vez mais, ocupando novos espaços e aumentando a comunidade e interessados pelo cinema. 

“‘A Boca Filmes’ nasceu justamente deste lugar de troca. Eu e alguns colegas da faculdade (João e Marco) aprendemos e evoluímos muito enquanto profissionais graças a cineclubes e projetos semelhantes, dentro da universidade. Daí surgiu o interesse de abrir um coletivo em quefaríamos nossos próprios projetos – isso vai desde produção de filmes, até cineclubes e mostras de cinema. Saímos do espaço universitário para realizar o cineclube de faroeste em parceria com o MIS. Nossa vontade sempre foi expandir e sair do nicho da faculdade e o cineclube de faroeste foi o nosso primeiro passo rumo a esse objetivo. Nesse sentido, o MIS abriu as portas para que a gente pudesse se estruturar, além de nos dar um suporte material importantíssimo. Nosso interesse nos próximos cineclubes é continuar expandindo, ocupar diferentes espaços com novas propostas, mas o MIS segue sendo o espaço para construirmos a nossa comunidade”, finalizou o curador. Segundo o coordenador do MIS, Alexandre Sogabe, formar parcerias como essa é de suma importância para estimular e promover o cinena na Capital. “Apoiar cineclubes, cedendo a sala de projeção do MIS, é uma forma que encontramos de fomentar a sétima arte entre seus amantes. São filmes fantásticos que podemos assistir, com mediações sobre cada tema, com isso, a experiência cinematográfica é completa”, segundo Alexandre Sogabe, coordenador do MIS. 

Para mais informações sobre o coletivo, acesse, no Instagram, @abocafilmes. O MIS fica na Av. Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro. 

Por Ana Cavalcante – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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