Cia Dançurbana e Cia do Mato ganham Prêmio Respirarte

file

Uma fez um retrato do já premiado espetáculo “Fluzz”, a outra, “Estirpe: um caminho para a distância”. São, respectivamente, a Cia Dançurbana e Cia do Mato. As duas foram contempladas com o Prêmio da Funarte (Fundação Nacional de Arte) Respirarte. Também foram contemplados, os projetos sul-mato-grossenses “Inventário”, de Renata Leoni, “Aquilo que experimentamos…”, de Rosely Mendonça Martinez, “Corpo Em Texturas”, de Ariane Nogueira, “Talvez Seja Isso”, de Jackeline Mourão Nunes e “Deslimites-o quintal de Manoel”, de Edson Clair.

Marcos Mattos, o Marquinhos, responsável pela Cia Dançurbana conta que o material inscrito no prêmio foi criado a partir do “Fluzz”, que foi um espetáculo criada pela companhia em 2017 e aprovado pelo O Boticário na Dança, circulou por Mato Grosso do Sul e pela região Centro-Oeste. “A partir dele, criamos uma obra inédita de vídeo de dança. O ‘Fluzz’ é da temática da tecnologia e como a gente se relaciona com ela. É muito bacana ter ganho. É mais um reconhecimento para a companhia”, destaca.

Apesar da pandemia, a companhia continuou bastante ativa. Uma das atuações foi a participação no Itaú Cultural, por meio do Palco Virtual. “Participamos do Festival Internacional de Teresina com outros trabalhos. O espetáculo ‘Talvez seja isso’, da Jaqueline Mourão, foi apresentado em ambas as ocasiões. Fizemos seis temporadas com cinco espetáculos. Foi um ano bem diverso em relação a produção. Essas aprovações demonstram reconhecimento do nosso trabalho”, relembra Marquinhos.

“Fluzz” foi criado originalmente em 2016. Agora, a nossa versão, em formato online, está disponível no perfil da Cia Dançurbana no Instagram. “Quando o digital, o humano e o virtual se misturam, o que pode o corpo”, instiga a companhia ao apresentar a obra.

Na apresentação do espetáculo, a companhia diz que “Fluzz” é resultante das investigações entre corpo, tecnologia e improvisação. “Não há direção programada. Fluzz desafia o tempo-espaço, as existências, formas, construções. Tudo em movimento”, diz outro trecho da apresentação.

Estirpe: um caminho para a distância”

Na Cia do Mato, a produção também trata da tecnologia. A experiência da criação da obra contemplada partiu de um processo criativo autônomo e se desenvolveu para uma produção coletiva e pluripotente.

De acordo com a diretora do espetáculo, Maria Fernanda Figueiró, “A estirpe: um caminho para a distância” tem em sua construção influências da obra “100 anos de solidão”, de Gabriel Garcia Márquez. Além disso, o anseio de instigar e investigar acerca dos processos tecnológicos e seus reflexos para a subjetividade humana, principalmente no que diz respeito às ligações que se operam entre os laços sociais da modernidade, também influenciaram na concepção do espetáculo.

“Embora tenha sido engrandecedor para o processo da companhia como coletivo, principalmente por termos juntado forças para concretizar o que queríamos de uma maneira colaborativa, enfrentamos algumas dificuldades e percalços devido a escassez de estrutura. A ideia era que os equipamentos fizessem o processo ser mais fluido e menos atribulado e nós, como artistas, poderíamos focar nossa energia no processo e no melhor desenvolvimento do produto final em si”, revelou.

Mesmo com todas as dificuldades, a Cia do Mato veio com uma novidade na nova produção premiada. “O ato de se produzir arte na contemporaneidade se situa como um ato de resistência e luta de quem acredita na transformação das pessoas e dos afetos. Foi isso que a Cia do Mato, mais uma vez, comprovou com todos os esforços e horas extras para a contemplação de mais um projeto”, comemora Maria Fernanda.

O espetáculo tem trilha musical inédita, feita pelo músico e compositor André Abujamra, que já compôs trilhas de filmes como “Carandiru”, “Castelo Ra Tim Bum” e outros 70 longas.

“(O espetáculo) busca indagar e fazer refletir acerca das relações da modernidade com as tecnologias dos novos tipos de solidão que se instauram e emergem como maneiras de existir. Através do fio condutor que interliga todos os personagens da obra como uma estirpe, assim como ocorre na narrativa de Márquez, investiga-se uma nova subjetividade tecnológica que está surgindo e da qual ainda nada sabemos”, diz um trecho da apresentação da companhia sobre o novo espetáculo.

Serviço: “Fruzz” pode ser visto no Instagram da Cia Dançurbana (@ciadancurbana”. Já “Estirpe: um caminho para a distância” está disponível no perfil @ciadomato, na mesma rede social.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *