Casario do Porto completa 30 anos de tombamento

Casario do Porto
O tombamento de um patrimônio é um instrumento jurídico para preservar bens móveis e imóveis, assegurando que perdurem para as próximas gerações - Fotos: IphanMS

Localizada às margens do rio Paraguai, Corumbá é reconhecida por suas riquezas turísticas, especialmente culturais e históricas. Nesta semana, durante quatro dias, o Casario do Porto celebra 30 anos de tombamento. Para festejar a rica arquitetura histórica da Cidade Branca, uma programação de palestras, concursos fotográficos e outras atividades ocorre até sextafeira (24), às 14h, no auditório da UFMS. 

Os belos casarões e sobrados em estilo europeu foram tombados em 1993, integrando o conjunto arquitetônico da Capital do Pantanal, também lembrada por suas ruas largas e calçamento de paralelepípedos na área central. Com prédios centenários, a arquitetura histórica de Corumbá transporta habitantes e turistas ao passado, refletindo a memória da formação da cidade. Conforme explica o superintendente do Iphan/MS, João Santos, celebrar e preservar as edificações é contar a história local. 

“Corumbá é a capital cultural de Mato Grosso do Sul. O Casario do Porto, ou Conjunto Histórico e Arquitetônico e Paisagístico de Corumbá, é vital por sua conexão com a história e arquitetura do Brasil, assim como a ocupação da região oeste. No final do século 18 e início do século 19, Corumbá destacava-se como uma das regiões mais prósperas da América do Sul, com um porto de importância continental. A arquitetura desse conjunto, datando do final do século 19 e início do século 20, representa escolas como ecletismo, arte-deco e arte-nouveau. A configuração espacial de Corumbá como cidade baixa e cidade alta acrescenta uma peculiaridade única a esse conjunto. Então sua importância reside em manter a integridade dessas edificações, contando uma história por si só, mas também sendo parte do cotidiano dos moradores”, explica João. 

A celebração dos 30 anos do tombamento ocorre no auditório da UFMS, o evento iniciou na terçafeira (21) e encerra hoje (24). Na programação tem palestras, rodas de conversa, visitas guiadas e bate-papos com detentores do patrimônio cultural. Além disso, o Iphan propôs um concurso fotográfico entre os moradores de Corumbá, para registrar o olhar sobre o Patrimônio Cultural. Ademais, João destaca a importância da fotografia para a preservação do Casario do Porto e a relevância de proteger os aspectos culturais da cidade. 

“Nós temos fotos históricas captadas pelo arquiteto do Iphan, Edgar Jacinto, nos anos 70. Ele, referência em restauração e preservação do patrimônio cultural, registrou uma Corumbá anterior ao tombamento. Assim, podemos perceber as transformações ao longo do tempo por meio desse olhar. Além da comemoração dos 30 anos, terça (22) lançamos os vencedores do primeiro concurso de fotografia Fadah Gattas, organizado pelo Iphan. Tivemos cinco vencedores, mais uma menção honrosa. Agora esses vencedores fazem parte dessa exposição fotográfica, juntamente com uma exposição de fotos históricas daqui de Corumbá e isso é crucial. 

Pois, antes do tombamento, muitas edificações estavam em avançado estado de degradação. Após o tombamento, conseguimos revitalizar a área do Porto Geral, barrar a degradação de alguns imóveis e envolver a população, comerciantes e o Poder Público na preservação dessas edificações”, explica o superintendente. 

O tombamento de um patrimônio é um instrumento jurídico para preservar bens móveis e imóveis, assegurando que perdurem para as próximas gerações. Como explica João, visa a manutenção e preservação da memória nacional e dos diversos grupos formadores da sociedade brasileira. “Conhecer o passado nos orienta para o futuro. A lei de tombamento, como o decreto lei 25 de 1937 do Iphan, impede degradações, demolições e distorções em bens relacionados à história da nação. Temos um conjunto muito íntegro, com detalhes arquitetônicos preservados, ladrilhos hidráulicos nas fachadas e uma riqueza de detalhes. Valorizar e promover o patrimônio cultural é essencial para garantir sua preservação para as próximas gerações. A comemoração é crucial para dar visibilidade ao patrimônio cultural, ouvir as demandas dos detentores e moradores, avaliar o que ocorreu nos últimos 30 anos e definir o que queremos para os próximos 30 anos”, afirma. 

O evento de comemoração dos 30 anos do tombamento é realizado às 14 horas, no auditório da UFMS – Unidade 3, rua Domigos Sahib, 99, no Porto Geral. 

Por – Ana Cavalcante

 

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