Cantor de MS retira do ídolo sertanejo sua maior inspiração com a força do Pantanal

Julyano Barreto, conhecido
como Zezé do Pantanal ( Foto: Nilson Figueiredo )
Julyano Barreto, conhecido como Zezé do Pantanal ( Foto: Nilson Figueiredo )

Semelhante no timbre e resgatando os sucessos da música sertaneja raiz em seus shows, Julyano Barreto, conhecido como Zezé do Pantanal, desponta no cenário musical pela alcunha com o ídolo e por suas apresentações regadas aos clássicos da música sertaneja, que vão de Chitãozinho e Xororó a Rio Negro e Solimões.

Em entrevista ao jornal O Estado, o cantor, que está há 27 anos na cena artística, relembrou como a paixão pela começou. “Na verdade, desde os cinco anos participava de corais de igreja, para crianças, já que meus pais sempre foram evangélicos. Aos 10 anos, ganhei meu primeiro festival de música, da escola onde estudava, tendo cantado uma música do Chitãozinho e Xororó, chamada ‘Falando às Paredes’, que é um clássico da dupla e da música sertaneja. A partir dai eu acabei gostando, me dediquei mais, e meus pais apoiaram”.

Assim como muitos artistas, a partir do começo na infância, a música não saiu mais da vida de Julyano. “Após os 18 anos já comecei a cantar em bares e restaurantes de forma profissional, e fui ganhando espaço na música, cantando os clássicos do sertanejo”.

Natural do município de Corbélia, no Paraná, o músico se mudou por volta dos oito anos, em 1981, para a capital de Mato Grosso do Sul, onde ele afirma ter criado as suas raízes e de onde tirou seu nome de trabalho. Mas o amor pelo sertanejo não começou apenas aqui em MS. “Desde criança lembro de músicas do Chitãozinho e Xororó e Chrystian & Ralf. Meus pais continuaram sendo evangélicos, mas nunca me proibiram ou falaram, para mim, não cantar, algo que ocorre em famílias mais religiosas. Com isso ganhei força não só dos meus pais, mas também dos meus dois irmãos mais velhos.

Já o apelido, tirado do nome do ídolo, começou ao acaso, dado após entrevistas de rádio onde o timbre de voz se assemelhava ao cantor sertanejo.

“O nome de Zezé do Pantanal foi um apelido que me colocaram, veio do povo, e quem somos nós para ir contra. O que aconteceu: algumas entrevistas que dei em rádio, onde fui me divulgar, as pessoas começaram a comentar ‘olha o nosso Zezé do Pantanal’, devido ao timbre que lembra um pouco. Fazendo shows em bares e restaurantes, mais pessoas falaram isso. Aí fui dar entrevista em outra rádio, onde me reconheceram por isso, e virou um apelido e peguei isso como uma homenagem aos meus grandes ídolos, Zezé de Camargo e Luciano. Deixei rolar, porque pegou, e tenho orgulho, principalmente do Pantanal, sendo a força do nosso Estado”, revelou em entrevista.

Influências

Segundo o cantor, sua principal inspiração musical são os artistas que trazem o sertanejo raiz em suas letras e em seu som, e devido a isso, utiliza da frase ‘Zezé do Pantanal: cantando os clássicos do sertanejo’. Mas, os artistas de Mato Grosso do Sul também são fonte de inspiração e até mesmo de parcerias.

“Eu uso o título de ‘cantando os clássicos do sertanejo’, porque é dai que vem Milionário e José Rico, João Mineiro e Marciano, Chrystian & Ralf, Zezé de Camargo e Luciano, Rio Negro e Solimões. Daqui do Estado tenho como força maior, que são relevantes para a minha carreira artística, os músicos que estão me acompanhando hoje, que é o Wagner Pecóis e Arapiraca. Eles são ex-integrantes do grupo Tradição, do qual também sempre acompanhei e tenho admiração muito forte”.Já tendo conhecido o ídolo por mais de uma vez, e realizado show de abertura em evento, Julyano ressalta como o cantor é uma pessoa especial e um artista admirável.

“Tive duas oportunidades de conhecer o Zeze de Camargo e Luciano, e eles são de admirar. O Zezé é um cara sensacional, não só como músico, mas também como pessoa, ele tem uma luz e nasceu para isso. Também já abriu um show deles”.

Mudanças

Quem acompanha a música sertaneja, ou pelo menos esteja minimamente inteirado em novos lançamentos musicais, já percebeu como o gênero passa por mudanças, com outros ritmos sendo incorporados, como funk, pop e às vezes até rock, com letras que deixam de lado a vida no campo e prezam mais pela ‘ostentação rural’. Questionado sobre essas mudanças no gênero, Zezé do Pantanal ressalta que é preciso estar aberto a mudanças e novidades.

“Todos os tipos de música sertaneja tem seu espaço. Sou muito fã da criação, me considero um artista que acredita que toda novidade, se bem feita, tem lugar. Esses dois músicos que me acompanham também são ‘modernos’ musicalmente, apesar de ter tempo de música, são inovadores, criativos e abrem a minha cabeça, já que, por mais que eu cante os clássicos do sertanejo, tenho que trazer novidades. Sou muito aberto”, explicou.

“A linguagem do sertanejo começou assim, falando sobre o homem do campo, que tirava o leite da vaca, cuidava do gado, com letras nessa linhagem, mas tudo se renova. Eu mesmo, gosto de compor sobre romance, acho que sou um cara que nasci apaixonado, gosto de falar de coisas do cotidiano, mas sempre jogando uma pitada de amor”, complemente.

O cantor ainda ressaltou a importância da música, até mesmo só para quem é ouvinte. “A música sertaneja é maravilhosa para a cultura. A música, em geral, aonde você vai ela está presente, ela é uma poesia cantada. Até no serviço, se você ouvir uma música, anima mais. Ela é como um tratamento, é totalmente relevante e faz bem para a alma”.

Serviço:

Mais novidades sobre o cantor Zezé do Pantanal estão disponíveis nas redes sociais e YouTube. Para agendar shows, é preciso entrar em contato pelo telefone (67) 99237 9121.

 

Por Carolina Rampi

 

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