Branca de Neve: Novo live-action da Disney retoma uma de suas histórias mais clássicas em meio a polêmicas

Foto: Walt Disney /Animation Studios
Foto: Walt Disney /Animation Studios

Mesmo sendo um dos conglomerados do entretenimento e mídia, considerada uma das maiores empresas do mundo no setor, a Disney segue na sua fórmula de live-actions, trazendo para o mundo adaptações de sucessos antigos e consagrados, expondo, talvez, uma falta de criatividade por falta da companhia. Nesta quinta-feira (20), é a vez do primeiro longa-metragem da empresa ganhar nova roupagem, com a estreia de ‘Branca de Neve’ nos cinemas.

Dessa vez, o longa será o mais próximo possível de sua versão clássica, diferente de adaptações como o de 2001, ‘Espelho, Espelho Meu’, protagonizado por Lily Collins e Julia Roberts e ‘Branca de Neve e o Caçador’, com Kristen Stewart e Charlize Theron. Inspirado no conto clássico dos Irmãos Grimm, Branca de Neve acompanha a jovem princesa Branca de Neve, cuja beleza desperta a inveja de sua madrasta, a Rainha Má. Determinada a eliminar a enteada, a vilã ordena sua morte, mas a jovem consegue escapar e se refugiar na floresta. Lá ela encontra uma cabana onde vivem sete anões, que a acolhem e se tornam seus aliados. No entanto, o perigo ainda ronda a princesa, pois a Rainha Má tem um plano cruel para eliminá-la de vez: uma maçã envenenada. A direção fica por conta de Marc Webb e canções por Benj Pasek e Justin Paul, responsáveis pelas trilhas de La La Land e O Rei do Show.

Escolha de elenco

Antes de tudo, cabe destacar alguns pontos. Branca de Neve é a primeira princesa da franquia encantada da Disney, e também uma das mais novas. Permeando entre a inocência e a burrice, ela sempre foi descrita como ‘branca como a neve, rubra como sangue e de cabelos da cor do ébano’. Quem já leu o conto sabe das características, mas a Disney resolveu inovar e escalou Rachel Zegler como a protagonista, o que deu o pontapé inicial para a discórdia no tribunal da internet.

Com ‘Amor, Sublime Amor’ e ‘Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes’ no currículo, a atriz e cantora não é avessa a filmes musicais, logo parecia uma boa escolha (e foi, se considerarmos esse aspecto). Descendente de uma colombiana e um polonês, a norte-americana foi criticada pelo aspecto ‘latino’ demais de sua aparência em relação à descrição da princesa; em contrapartida, também foi criticada por se autodenominar como latina, tendo nascido nos Estados Unidos. Logo, a aparência da atriz também foi duramente criticada quando Gal Gadot foi escalada como a Rainha Má, com internautas alegando que Gadot era mais bonita que Zegler, contrariando a história de ‘a mais bela do reino’. Mesmo antes de começar as gravações, o filme recebe uma chuva de xenofobia e racismo.
Outro ponto do live-action foi a decisão da Disney de usar efeitos especiais para criar os sete anões, substituindo atores com nanismo por ‘criaturas mágicas’ geradas por computador. A decisão surgiu após críticas do ator Peter Dinklage (Guerra dos Tronos), que considerou a representação dos anões prejudicial e estereotipada. Porém, outros atores com nanismo não apoiaram o posicionamento do ator e nem da empresa, alegando a perca de mais uma oportunidade para a classe.

O ator Choon Tan descreveu o uso de CGI para os sete anões como “absolutamente absurdo e discriminatório de certa forma”.

“Acho que a Disney está tentando ser politicamente correta demais, mas, ao fazer isso, está prejudicando nossas carreiras e oportunidades. Não há nada de errado em escalar alguém com nanismo para um papel de anão, desde que sejamos tratados de forma igual e com respeito. Estamos mais do que felizes em assumir papéis de atuação adequados para nós”, afirmou.

Guerra na internet

Zegler e Gadot protagonizaram nas redes sociais uma Guerra Fria de opniões. Gal Gadot é israelense, tendo servido dois anos nas Forças de Defesa de Israel como instrutora de combate, além de ter avós maternos sobreviventes ao holocausto, logo a atriz defende fielmente as ações das tropas militares no território da Palestina. Por sua vez, Zegler postou nas redes sociais, mensagem de apoio a Palestina, durante agradecimento as visualizações do trailer de Branca de Neve. “Obrigada pelo amor e pelas 120 milhões de visualizações do nosso trailer em apenas 24 horas”, escreveu. Em seguida, comentou: “E nunca esqueçam, Palestina livre”.

Em seguida, Gadot fez um post no Instagram reproduzindo uma fala de Martin Luther King e escrevendo na legenda: “Somente o amor pode realmente salvar o mundo”. O filme segue dividido entre um público conservador e de ‘esquerda’. Boatos sobre uma tensão entre as atrizes foram amplificados após Gal Gadot promover o filme sozinha, durante uma ida ao parque de diversões da Disneyland, na Califórnia.

Falou demais

Além da escalação, Zegler foi criticada por certos posicionamentos e falas sobre a animação original, que chamou de ‘datada’, afirmando que o príncipe ‘persegue literalmente a princesa’.

Ela também disse que a nova versão não seguiria a tradicional história de amor, e sua personagem “não será salva pelo príncipe”, buscando se tornar uma líder; essas declarações foram recebidas com resistência por parte do público mais conservador, que chamam essas mudanças como ‘progressistas’.

Novidades e criticas

Branca de Neve e os Sete Anões terá algumas alterações na trama, como a origem do nome da protagonista e o romance com o Príncipe Encantado, por exemplo.

O longa-metragem conta com as músicas já conhecidas como “Só Tens de Assobiar” e “Eu vou”, além de originais compostas, uma delas é “Waiting on a Wish”, cantada por Rachel Zegler e está sendo promovida como o single da produção. Outra novidade é que a Rainha Má terá seu próprio número musical. Pela primeira vez, Gal Gadot, a estrela de Mulher-Maravilha, canta em um trabalho no cinema na canção “All Is Fair”, que não existe na versão animada.

Porém, mesmo com as polêmicas, as críticas especializadas estão positivas.

“Rachel Zegler é uma supernova brilhante em ‘Branca de Neve’, incorporando lindamente a natureza graciosa e gentil da princesa”, escreveu Katcy Stephan, da Variety. “É um banquete visual com novos números musicais de parar o trânsito e, claro, dezenas de animais encantadores. O roteiro sabiamente dá à sua heroína uma profundidade recém-descoberta por meio de seu desejo fervoroso de se tornar a líder que seu pai acreditava que ela poderia ser, e uma história de amor que é doce como torta de maçã.”

Matt DeGroot, do site Crooked Media, chamou o longa de “bem-sucedido”. “”Apesar de ter se tornado saco de pancadas na internet, o remake de ‘Branca de Neve’ da Disney é, na verdade, em grande parte, bem-sucedido. Rachel Zegler é uma estrela absoluta, (a maioria de) as novas canções são cativantes e lindamente interpretadas, e a paleta visual é suntuosa e vibrante”, escreveu. “Gal Gadot tem vestidos lindos… É um sólido 3,5/5. ‘Cinderela’ é meu remake favorito, mas eu colocaria este no mesmo nível de ‘A Pequena Sereia'”. Já o editor da revista FilmeRound reclamou apenas dos anões feitos em computação gráfica. “Zegler esteve ótima no papel principal, e Gadot foi divertida. O que realmente decepciona são os anões em CGI. A escolha é desconcertante”.

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Por Carolina Rampi

 

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