‘Bom Menino’ é filme de terror que estreia hoje nos cinemas

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Com ares de “Coragem o Cão Covarde” e “Atividade Paranormal”, filme é sucesso de crítica

Um cãozinho fiel que vê espíritos malignos e faz de tudo para proteger seu dono. Quem é da turma dos anos 90 e 2000, pode ver muitas semelhanças com a série de desenho animado da Cartoon Network ‘Coragem, O Cão Covarde’, mas, na verdade, se trata do filme ‘Bom Menino’, que estreia nesta quinta-feira (30).

O longa acompanha a perspectiva do cachorro Indy, que se muda com o seu tutor Todd para a casa de campo da família, após a morte de um parente. O novo lugar, que antes pertencia ao avô de Todd, é conhecido por ser assombrado por um demônio maléfico. Mesmo sabendo dessa informação, o homem se muda para o lugar e abre caminho para que se cachorro passe a enxergar presenças fantasmagóricas e sobrenaturais pelos cantos que rondam a casa.

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Quando seu dono passa a sucumbir às forças sombrias que rondam a casa, seu melhor amigo e fiel escudeiro Indy precisará confrontar essas atividades malignas numa tentativa desesperada de proteger seu companheiro humano.

A direção fica por conta de Ben Leonberg, que também assina o roteiro com Alex Cannon. O elenco é encabeçado por Shane Jensen, Arielle Friedman e Larry Fessenden.

Construção

Com um orçamento de 5 milhões de dólares, considerado tímido para o mundo de Hollywood, o longa foi desenvolvido de forma independente, equipe reduzida e orçamento limitado. Tanto que Leonberg foi multitarefa: diretor, roteirista, produtor e diretor de fotografia, para que tivesse total controle do filme.

‘Bom Menino’ tem 72 minutos de duração, com um ritmo acelerado, sem cenas redundantes, focado na relação cão e homem, e na crescente ameaça dentro da casa. Inclusive, o designer de som é fundamental para a criação da atmosfera de terror, com rangidos, respirações e batidas, que são percebidos primeiro por Indy, com sua audição aguçada. Nada de jumpscare sem sentido, o medo é sensorial.

O diretor de fotografia Wade Grebnoel manteve a câmera constantemente em planos baixos e instáveis, reproduzindo a movimentação de Indy. Isso dá ao filme uma textura mais realista e causa uma leve desorientação no espectador — uma experiência próxima da de um cão em ambiente desconhecido.

O longa mistura elementos de horror psicológico e drama emocional, resultando em uma experiência sensorial sobre perda, lealdade e instinto.

Ator estreante

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Indy é o cãozinho do próprio diretor, que junto com a esposa, Kari Fischer, passaram três anos treinando a mais nova promessa do cinema. O trabalho de adestramento incluiu expressões, movimentos específicos e até reações emocionais a situações de tensão.

O portal Cineset destacou a atuação do cãozinho como o destaque do longa. “Uma coisa é fato: Indy rouba todos os holofotes para si. A equipe do longa realizou um excepcional trabalho de treinamento com o animal para que suas ações fossem orgânicas. A presença dele é magnética, transmitindo muito bem emoções genuínas, como medo, curiosidade, afeto e desconfiança. Leonberg soube explorar bem cada cenário da casa para que o cachorro transitasse de forma natural dentro do ambiente”.

“A ideia de contar uma história de terror pela perspectiva de um animal de estimação é sensacional e consegue ter uma boa execução. A vida da mascote é mostrada desde sua adoção, e não tem nada mais eficiente na hora de se afeiçoar a um cachorro do que vê-lo filhote. Mais do que isso, ele cresce como um ‘bom menino’”, destacou o portal CinePop.

Extremamente comportado, ele aceita alguns comportamentos estranhos e grosseiros do tutor, enquanto segue sua rotina de explorar a casa nova. Só que ele mesmo percebe certas bizarrices que causam uma sensação de perigo, enquanto o rapaz passa seus dias trabalhando ou vendo filmes antigos de terror. E isso permite que a direção brinque bastante durante a construção de tensão. Os primeiros momentos de estranhamento do Indy criam aquela dúvida: existe algo sobrenatural acontecendo aqui ou são apenas portas abrindo sozinhas e ventos chacoalhando cortinas?

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“Um dos melhores filmes de terror do ano”

Essa foi a crítica do portal internacional Indiewire, que ainda completou: “Um dos atores mais expressivos da sua geração – apesar da sua espécie”. Com uma premissa considerada até ‘simples’ por alguns, o filme vem conquistando a crítica especializada.

Até o momento, ele possui 89% de aprovação no Rotten Tomatoes. Para o The Guardian, a direção foi a joia da produção. “A arte em exibição convence você de que Leonberg tem o que muitos outros cineastas de terror preguiçosos e cheios de sustos não possuem atualmente: se incumbindo de uma narrativa e um feito técnico bastante elevados, e praticamente conseguindo”.

Já Indy é mais uma vez exaltado, dessa vez pelo portal O Envoltório. “Indy é um encanto que não faz nada de errado. Embora o filme ao seu redor nem sempre seja tão seguro, ele é uma estrela que merece todos os carinhos e guloseimas que um cachorro poderia sonhar. Depois de todos os pesadelos que teve que suportar para este filme, ele mais do que merece”.

“Como diretor estreante, Ben Leonberg demonstra notável controle de atmosfera e sensibilidade para o

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simbolismo. Ainda que o filme peque por certa monotonia no terço final, há talento evidente na condução do olhar e na construção do suspense. A decisão de dar protagonismo ao cão — interpretado de forma carismática por Indy, que inclusive ganha destaque nos cartazes — é uma jogada ousada e eficaz. O animal se torna não apenas testemunha, mas narrador silencioso do horror humano”, reitera o site Cinema e Afins.

“‘O Bom Menino’ tem diversas qualidades – a fotografia, de um colorido suave, tem a atmosfera de um ‘era uma vez’ -, mas o grande trunfo é o cão Indy. Seu olhar e a expressão dos músculos do rosto são muito precisos e cativantes. É, podemos dizer sem embaraço, um ótimo ator (talvez como todos os outros cachorros bem treinados?). O cineasta aproveita muito bem esse personagem canino e lhe presenteia, no desfecho, com um dilema digno de “A Escolha de Sofia’”, destaca a revista Plural.

 

Por Carolina Rampi

 

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