Bob Odenkirk quebra tudo aos 58 anos, e não deixa nada a desejar a John Wick

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Uma belíssima surpresa é a chegada de “Anônimo”, um dos filmes de ação mais competentes desde “John Wick”. A produção que se propõe a virar franquia e ser um daqueles blockbuster charmosos como vemos ao longo dos anos. Além de ótimas atuações e cenas muito inspiradas que dão gosto de assistir.

Dá para imaginar que o advogado Walter White faria um filme de ação onde esbanja boa forma e carisma, o que já vimos na série solo “Better Call Saul” que vem sendo distribuída pela Netflix desde 2015, mas ele tinha que estar em algo que não tivesse nesse universo de “Breaking Bad”. Bob Odenkirk é um ator que chega aos 58 anos no auge de sua carreira e com muita disposição para entregar filmes que talvez cheguem a temporada de premiações para coroar seu grandioso trabalho. Em “Anônimo” ou “Nobody” título original, Bob vive Huth Mansell, um homem entregue à rotina e pelo que parece, estar reativo ao que a sociedade o impõe.

Acompanhamos o desenrolar dessa história quando uma dupla de ladrões invade sua casa, roubam alguns objetos e ainda agridem o filho de Huth e, ele zelando pelo bem estar de sua família decide não fazer nada e deixa os mesmos irem embora. O primeiro ato traz essa breve apresentação e falta de ação, mas vai crescendo até o momento em que o protagonista encontra uma gangue em um ônibus e tudo é muito bem coreografado, a ação é muito bem captada, além de ter momentos divertidos que engrandecem toda a situação.

O roteiro desse filme é algo bem interessante, ao mesmo tempo que entrega cenas de ação muito boas, também é bem amarradinho e traz um background legal de acompanhar. E não é para menos, o roteirista deste filme também escreveu “John Wick”, e dá para sentir a mesma vibe do filme nessa história onde um homem busca vingança e acaba esbarrando com gente pesada. Derek Kolstad sabe impressionar com momentos que dão um respiro na cena sem que isso precise tirar da ação propriamente dito, como quando o protagonista esgana um dos homens em uma linha de parada de ônibus e o letreiro acende indicando “parada obrigatória”. A direção de Ilya Naishuller é muito atenta a esses detalhes, colocando um olhar mais amplo sobre os problemas junto a soluções drástica que Huth toma.

Bob Odenkirk é um ator muito bom, é fantástico acompanhar sua movimentação nesse filme junto com as tomadas de decisão criativas e a certeza que ele passa através de suas expressões. De quebra ainda temos Christopher Lloyd muito inspirado como o pai de Huth com cenas icônicas. “Anônimo” é um filme muito divertido e arranca boas gargalhadas trazendo um ótimo entretenimento, que com certeza dá vontade de assistir de novo.

(Texto: Filipe Gonçalves)

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