Primeira edição do evento cultural reúne literatura, arte e promoções especiais

A Bienal do Pantanal, em sua primeira edição, já demonstra forte adesão do público e relevância cultural. Realizada no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, o evento segue até o dia 12 de outubro com entrada gratuita e ampla programação. Desde a abertura, no sábado (4), a Bienal já recebeu 18.265 visitantes.

Foto: Rogério Medeiros

No primeiro dia, passaram pelo local 6.602 pessoas, seguido por 6.123 no domingo (5). A movimentação continuou durante a semana, com 2.443 visitantes na segunda-feira (6) e 3.097 na terça-feira (7), confirmando o interesse da população por iniciativas voltadas à literatura e à cultura regional.

Com mais de 100 horas de atividades previstas, a Bienal concentra 129 atrações, envolvendo cerca de 200 editoras e 24 expositores. São aproximadamente 20 mil títulos disponíveis ao público, somando mais de 70 toneladas de livros. Além da literatura, o evento abrange expressões culturais como teatro, música, dança e culinária típica, fortalecendo a proposta de integrar arte e conhecimento em um mesmo espaço.

A abertura oficial contou com apresentações de Almir Sater e Maria Alice, além da presença do governador Eduardo Riedel, que enfatizou o caráter permanente da Bienal no calendário estadual e nacional. O evento presta homenagem ao poeta Manoel de Barros, um dos maiores nomes da literatura sul-mato-grossense, e recebe representantes culturais de nove estados brasileiros, além de convidados internacionais do Paraguai, Argentina e Colômbia, reforçando o intercâmbio entre o Pantanal e outros territórios latino-americanos.

Promoções e variedades

Logo na entrada do Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, os visitantes da Bienal do Pantanal se deparam com esculturas de livros gigantes, que já antecipam a proposta imersiva do evento. A recepção visual impactante é apenas o início de uma experiência sensorial que se completa com música ao vivo e um ambiente inteiramente dedicado à celebração da literatura.

Foto: Rogério Medeiros

Os estandes oferecem uma ampla variedade de títulos, com opções para leitores de todos os perfis. Estão disponíveis desde best-sellers e romances até obras de suspense, terror, literatura infantil, contos e clássicos da literatura brasileira e estrangeira. Há também livros técnicos, didáticos, pedagógicos e exemplares voltados às artes, como pintura, decoração e ilustração. A proposta é que a Bienal funcione como um ponto de encontro entre autores, editoras e leitores, promovendo o intercâmbio de ideias e o incentivo à formação de novos públicos.

Durante a Bienal do Pantanal, os visitantes encontram uma grande variedade de livros à venda com promoções que variam de estande para estande. É possível adquirir três livros por R$ 50, títulos infantis a partir de R$ 15 e combinações como dois livros por R$ 20. Best-sellers internacionais e obras em alta no mercado apresentam preços mais variados, partindo de R$50 e podendo chegar a R$150, dependendo do título e da editora. Boxes de coleções completas também estão disponíveis, com valores entre R$120 e R$520. Já os livros de bolso, que são uma opção mais compacta e acessível, têm preços que vão de R$10 a R$60.

Cléber Rodrigues, repositor da editora paulista Bora Ler, participa da primeira Bienal do Pantanal e destaca a boa recepção do público, especialmente das crianças. Cléber explicou que as promoções foram ajustadas para facilitar as vendas, começando com três livros por R$50, e que a expectativa é ampliar para quatro livros pelo valor de R$40 até o final da semana. Além do estande da Bora Ler, a Bienal conta com outros dois pontos de venda, da DarkSide e um estande infantil, ampliando as opções para os visitantes.

“Está tendo muito público, principalmente infantil, que está comprando bastante e lendo bastante.Temos bastante variedade e tudo que temos aqui não está nos outros estandes parceiros e vice-versa. É legal ver o pessoal visitando nossos estandes e a criançada aproveitando, se reunindo pela causa literária”, explica.

Importância Literária

Foto: Biel Gill

Carlos Porto, diretor-administrativo do Instituto Ìmòlé, destacou a importância da Bienal do Pantanal como um novo marco cultural para Mato Grosso do Sul. Segundo ele, o evento foi pensado como um espaço onde a literatura é protagonista e a população pode ter acesso gratuito a uma programação rica e diversa.

“A Bienal é um espaço onde o livro é o principal ator. As pessoas estão vindo para ver o que está acontecendo aqui, participar das palestras e mergulhar nesse universo”, afirma.

Porto também ressaltou o envolvimento de escolas e universidades do Estado, além da entrega de vale-livro no valor de R$ 50 para estudantes. “É uma forma de incentivar a leitura desde cedo. As crianças têm vindo com interesse, escolhendo seus próprios livros, e isso é o mais importante para nós”. Ele ainda reforçou que a Bienal será realizada a cada dois anos, intercalando com a Feira Literária de Bonito (Flib), organizada anualmente por parte da mesma equipe.

Itinerantes Escolares

Na quarta-feira (8) pela manhã, a Escola Municipal Álvaro Borges, de Terenos, participou da programação da Bienal do Pantanal com uma caravana de aproximadamente 60 a 70 alunos. A professora Suelen Fonseca Cavalcante, acompanhou os estudantes da escola e destacou a empolgação das crianças durante o trajeto.

“Eles vieram super animados, cantando e dançando no caminho. Viemos apresentar os livros para as crianças, que ganharam vouchers de R$50 para escolherem suas obras”, explica. A visita incluiu a participação em atividades culturais, como contação de histórias e outras atrações voltadas ao público infantil.

Cauã Freitas, aluno do 4º ano C da Escola Municipal Álvaro Borges, de Terenos, contou, animado, que veio à Bienal do Pantanal com sua turma para aproveitar os vouchers distribuídos e escolher seus próprios livros. “Eu vim comprar livros com o voucher que nos deram. Eu e meus amigos queremos comprar livros do Bobgoods e muitos gibis. Também estamos animados para participar das atividades culturais”, revela.

Em visita a Campo Grande, o jornalista Pedro Bial esteve no evento e elogiou a iniciativa. “Desejo vida longa, antes de mais nada, que de dois em dois anos a Bienal se torne uma referência, não só para o Mato Grosso do Sul, mas para todo o Brasil.

Desejo que ótimos negócios sejam realizados. Desejo que a Bienal gere não só conhecimento e beleza, mas prosperidade (…). Que a gente entenda que um livro e a literatura são obras artísticas, mas também produtos culturais necessários para a gente construir aí o nosso projeto de nação”, disse em vídeo publicado nas redes sociais da feira.

Serviço: A Bienal Pantanal funciona das 9h às 21h durante a semana e das 10h às 22h aos fins de semana. A entrada é gratuita, mas algumas atividades em auditórios exigem retirada prévia de ingressos devido à limitação de lugares.

Por Amanda Ferreira e Biel Gill

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