Beca Rodrigues revela os bastidores de sua carreira e projetos futuros

Foto; Alicce Rodrigues
Foto; Alicce Rodrigues

Em entrevista exclusiva  repleta de insights musicais, para o Estado Play, o jornalista Rafael Belo teve a oportunidade de entrevistar a cantora Beca Rodrigues, artista sul-mato-grossense que vem conquistando seu espaço na cena musical. O encontro aconteceu no Estado Music, trazendo à tona a riqueza das influências e a trajetória de Beca, que compartilhou detalhes sobre suas composições, a essência sul-mato-grossense e os desafios de ser uma mulher na música.

Beca não esconde sua paixão pela música e suas raízes na poesia. Ao discutir sua recente composição “Brasileiro Soul”, a artista revelou o processo criativo por trás da música. “Eu escrevi essa música pensando numa parceria com um projeto que tenho aqui em Campo Grande, com artistas que trazem essa essência da América Latina, que fazem um misturadão. Eu queria trazer esse lado da literatura, eu estava lendo bastante e pensei, nossa, podia fazer alguma coisa”, compartilhou Beca.

A inspiração de Gilberto Gil também se fez presente: “A música do Gil estava na minha cabeça, eu estava escutando, escutando, eu falei, nossa, eu podia pegar o violão, o que eu posso fazer? E aí veio, eu falei, pô, ficou legal, hein? Eu quero lançar essa música, quero lançar inclusive esse mês ainda”, acrescentou.

A artista destacou a importância de trazer elementos regionais para suas composições, enfatizando: “Eu queria trazer essa essência, de o que eu posso colocar de Mato Grosso do Sul aqui também, né? Minha terra tem palmeira onde canta o sabiá, e aqui canta o quê? A arara, o tucano e tudo mais, então quis trazer essas referências também.”

A conversa também explorou a presença marcante dos pássaros na cultura sul-mato-grossense. “É interessante como os pássaros estão presentes na nossa cultura, né?”, refletiu Beca. E sobre o maior observatório de aves do mundo em Campo Grande, ela destacou: “Campo Grande tem o maior, um dos maiores observatórios de pássaros do mundo, tem pássaros raros ali naquele Parque das Nações Indígenas.”

Beca compartilhou sua experiência ao contribuir com uma poesia na exposição “Aves do Meu Quintal” e expressou seu entusiasmo com a música “Brasileiro Soul”: “E a ideia é lançar certinho, tudo esse mês, ou no final desse mês ou no mês que vem já tá lançadinho lá como um single pra um álbum que vem aí.”

Ao abordar os desafios de uma mulher na cena musical, Beca Rodrigues destacou: “Subir no palco pra mostrar que olha, eu sei fazer. Acho que é mais mostrando o meu trabalho, eu acho que depois de tanto tempo a gente entende que é só subindo no palco pra mostrar que olha, eu tenho aquele espaço também que conquistei com o meu próprio trabalho, com o meu próprio suor, igual a ele.”

Beca também revelou aspectos de seu processo criativo: “Eu acho que a maioria das minhas composições vem de momentos, de eu ali comigo mesma e aí ver uma ideia ou estar passando por alguma situação. Eu gosto muito disso, de ouvir a história das pessoas, de ir lá e começar a compor.”

Sobre suas composições, ela compartilhou: “As outras músicas que eu tenho, as minhas outras composições, elas são muito… eu começo com uma intenção e quando eu toco ela vai pra outra, entendeu? Então, na hora que eu estou compondo, vai muito pro também.”

Ao discutir a música “Dona Arte”, Beca destacou a importância da percussão e a conexão com elementos regionais: “A percussão do mundo, a bateria, a gente conhece hoje é africana. Ela traz aquele chão misturado com o sentimento, com a batida do coração.”

A artista também enfatizou a profundidade da música: “Ela é uma música bem quando está minha banda Gaiarte tem esse tambor. O tambor é o dono do mundo, né? É tudo que ele criou, que ele traz.”

Beca compartilhou suas referências na cena musical regional, destacando bandas e artistas que a influenciaram, como Catarse Retrô, BG, e Jerry Espíndola. Ela ressaltou a diversidade musical do estado e a importância de se unir e apoiar artistas locais.

Ao abordar as dificuldades enfrentadas pelos artistas independentes, Beca destacou a complexidade dos editais culturais. “É uma coisa bem complicada, é um dinheiro ali que parece ser muito, mas é o mínimo para a gente, porque a gente, como artista independente, tem que passar por toda a experiência.”

Desafios 

Beca expressou a importância de produtores culturais e musicais no apoio aos artistas independentes. “Ter alguém ali para auxiliar, saber ter, enfim, uma divulgação. Talvez assim, eu acho, ajudaria na documentação, né? Para a gente ter uma facilidade, porque realmente é muito complicado.”

A conversa encerrou-se com Beca Rodrigues refletindo sobre a necessidade de mais divulgação e acessibilidade para os artistas locais. “Por falta de divulgação em Campo Grande, às vezes é uma por um meio só ou não como isso chega. Ou fazer uma forma de cadastrar os artistas para eles receberem no WhatsApp ou em algum tipo de contato que aquilo tá acontecendo em Campo Grande e tal, que às vezes que nem você falou, a pessoa não tem acesso. Daí acaba não sendo democrático.”

Beca Rodrigues revelou não apenas sua música, mas a alma sul-mato-grossense que permeia suas composições. Sua paixão pela cultura regional, aliada a um olhar crítico sobre os desafios enfrentados pelos artistas locais, destaca a importância do apoio à cena cultural. Fica evidente que Beca, com sua voz e musicalidade autênticas, representa não apenas uma artista, mas uma guardiã da rica tradição musical de Mato Grosso do Sul.

Confira a entrevista exclusiva com a cantora:

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