A mais nova série do Netflix tem um toque muito especial de ciência e contato humano,além de contar com um ótimo elenco. ‘Away’ é um projeto bem ambicioso da gigante vermelha, ao longo dessa primeira temporada tenta contar como seria a jornada dos primeiros seres humanos a pisarem em marte, a impressão de assistir esta série é ver um futuro cada vez mais perto e crível.
Desde alguns sucessos como “True Detective- 2015”, as séries têm chamado atenção dos grandes diretores e atores. Hilary Swank, a queridinha de Hollywood está muito bem em Away, uma série um tanto peculiar. Ela não tenta adivinhar o que será do futuro e não insere nenhum evento fantasioso demais, tudo ali é plausível, aqueles amantes de um bom sci fi é um prato cheio com certeza. E pra quem busca ótimas atuações e de quebra conhecer um pouco mais do espaço e como funcionam os protocolos também vão se deliciar por 10 ótimos episódios.
O elenco ainda conta com o experiente Josh Charles como marido e engenheiro chefe da missão da capitã Emma Green, e os tripulantes Vivian Wu, Mark Ivanir, Ato Essandoh e Ray Panthaki entregando boas atuações, embora seus desenvolvimentos deixem um pouco a desejar. A série se desenrola em torno da primeira viagem para Marte e suas adversidades, afinal na melhor posição entre terra e o planeta vermelho são aproximadamente 8 meses de viagem e reclusão. Em nossa atual conjuntura não é difícil imaginar ficar confinado por muitos dias. E para gerar pano para manga, afinal a série necessita de dinâmica entre personagens a tal nave ‘Atlas’ dá vários problemas alá Apollo 13, não o filme com Tom Hanks mas a missão não qual é baseada. Alguns núcleos dão uma enorme canseira pelos diálogos expositivos e a burrice de alguns personagem que não condizem com as posições que tem na série. No frigir dos ovos a série tem um ritmo bom e os episódio são bastante concisos. Não podemos é claro esperar que essa peça de entretenimento tenha a profundidade de ‘Cosmos’, mas alguns dos acontecimentos são um tanto mirabolantes e outros bem coerentes.
Se você é daqueles que não liga muito desde que o plot divirta vai se encontrar nessa série. Os efeitos especiais não são um dos fatores carregados aqui, eles são exclusivamente medidos – até por conta do orçamento – em alguns lançamentos e pousos. Aliás um dos grandes acertos desse roteiro é basear se em estudos e previsões plausíveis, como uma possível base lunar que servirá para encurtar a distância e arrasto fazendo com que consuma menos combustível em uma possível viagem, ou placas de água para proteger da radiação que o espaço profundo. Hilary carrega a carga de ser a comandante da missão nesta empreitada e também o fato de ter deixado o esposo e a filha (Talitha Bateman, que talvez tenha sido uma péssima escolha para este papel), o roteiro explora essa relação da mesma maneira que já vimos milhões de vezes, e prejudica a empatia que temos entre mãe e filha por ela ser uma daquelas adolescentes que não entende nada, não conversa com ninguém e emburra de hora em hora. Talvez seja dispensável esse background familiar visto que eles dão profundidade para o primeiro plano, j os personagens já se desenvolvem naturalmente e mostram suas reais ambições. Ou seja se é pra fazer clichê é melhor nem fazer.
Away deve ganhar uma segunda temporada no próximo ano. Ela é uma daquelas séries que emociona muito e se mantiver a parte científica e todos os problemas da exploração espacial tem tudo para ter uma vida longa no catálogo da Netflix com novas temporadas. É certo que temos uma carência desse tipo de conteúdo que também é educativo da forma como se dispõe e ter outros ares sempre é bom. Misture “Perdido em Marte-2015” com “Interstellar-2014” e você tem Away, sem o mala do Matt Damon.
(Filipe Gonçalves)