Autora lança romance ‘Pedra Antiga da Tristeza’

Foto: Reprodução/Instagram
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Autora mineira lança romance contemporâneo ‘Pedra Antiga da Tristeza’ hoje, às 17h, na Estação Cultural Teatro do Mundo

Hoje (13), às 17h, a Estação Cultural Teatro do Mundo recebe a autora mineira Ana Paula Moreira, para o lançamento de seu livro “Pedra Antiga da Tristeza”, um romance contemporâneo com diversas vozes, cujo ponto de encontro é o clube de danças, um salão por onde bailam a dançarina, a cozinheira, o sexo que se vende, o mistério, os homens que machucam, o tempo que não espera e, sobretudo, as dores incuráveis com as quais se aprende a viver. O lançamento terá um bate-papo especial com a autora e dois importantes nomes da literatura: a curadora e produtora cultural da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico de Corumbá, Marcelle Saboya, que também é idealizadora e mediadora literária do Clube Leituras di Macondo e a escritora e psicanalista de Mato Grosso do Sul, Isloany Machado. Após o bate-papo, Ana Paula passará por uma sessão de autógrafos e em seguida a Companhia Teatro do Mundo apresentará o espetáculo solo “Como Nascem as Estrelas”, tendo Laura Santoro como atriz principal. Todo o evento de lançamento é aberto ao público e a entrada é gratuita.

Desde cedo, Ana Paula já se encantava pela literatura e lançou seu primeiro projeto literário em 2021. “Comecei a escrever quando ainda era criança, em cadernos e diários, eu tinha a sensação de que entendia melhor as coisas por escrito. Anotava um cheiro, uma cena. Eu tinha muito medo do escuro e escrever me ajudava, também, como se eu conversasse com o medo enquanto escrevia. Cresci e fiz da Psicologia uma profissão, fiz mestrado, doutorado e a escrita seguia ali. Em algum momento, ela não aceitava mais ser o que nunca foi: secundária. Em 2021, decidi tirar meu projeto literário da gaveta e lancei, de modo completamente independente, meu primeiro trabalho literário chamado ‘Respire o Instante de uma Linha’. Agora, em 2023, nasceu a ‘Pedra’”, relata.

O romance contemporâneo “Pedra Antiga da Tristeza” possui diversas vozes, cujo ponto de encontro é o clube de danças, um salão por onde bailam a dançarina, a cozinheira, o sexo que se vende, o mistério, os homens que machucam, o tempo que não espera e, sobretudo, as dores incuráveis com as quais se aprende a viver. A obra contempla um projeto chamado Infâncias Envelhecidas, conduzido pelas personagens Das Dores e Sasha Vânia. 

“A ‘Pedra’ é parte de um projeto que tenho perseguido e que tenho chamado de Infâncias Envelhecidas, me interessa estudar os espaços possíveis entre avós e netas, com tudo o que cabe aí, inclusive abandonos e ausências. Essa marca já existia no meu primeiro livro e ganha contornos mais nítidos, agora. Na ‘Pedra’ existem duas mulheres centrais: Das Dores e Sasha Vânia. Eu já estava escrevendo a história de Das Dores há algum tempo, essa mulher estrangeira dentro dos seus próprios afetos, ela estava comigo, pés descalços e as mãos cheias do amor da avó”, explica a autora, que também já escreveu “Respire o Instante de uma Linha”, “Zé Balão” e “Sonho Dentro do Sono”. 

A personagem Sasha Vânia nasceu em uma oficina de escrita feita com a também escritora Aline Bei, autora dos sucessos literários “O Peso do Pássaro Morto” e “Pequena Coreografia do Adeus” e Ana conta como foi o encontro das personagens. “Em 2021, participei de uma das oficinas literárias conduzidas pela maravilhosa Aline Bei. Em uma das atividades desta oficina, Aline nos apresentou Sasha Vânia, uma dançarina, com seu fio dental cor de prata. Naquele dia, Sasha encontrou Das Dores. Sinto que Das Dores já a esperava por algum tempo. Sasha é uma personagem de Aline, que fiz viver”.

Aline foi tão importante para o processo da construção, que descreveu o livro “Pedra Antiga da Tristeza” como uma “rádio emocional de vozes”, no prefácio da autora mineira, que faz parte de uma safra promissora de talentos literários femininos brasileiros, como a própria Aline, além de Carla Madeira, Monique Malcher, Giovana Madalosso, dentre outras. 

Doutora em psicologia, a autora afirma que a profissão também se tornou uma ferramenta para a construção dos personagens de suas obras literárias. “Entendo que a psicologia e literatura, de muitos modos, se interessam por um mesmo objeto, mas, claro, percorrem caminhos, metodologias e compromissos morais distintos. Insisto que a psicologia não é condição para a minha escrita, basta olhar ao nosso redor, muitas das maiores escritoras do nosso tempo não são psicólogas. Por outro lado, é claro que eu não escrevo sem a Psicologia, ela está em mim, então, também escrevo com ela. Nesse sentido, acho que a Psicologia, para mim, é também uma ferramenta para a construção dos personagens.”

Lançamento

Lançado pela editora Claraboia, o livro “Pedra Antiga da Tristeza” tem 166 páginas e pode ser adquirido, em Campo Grande, com a livraria itinerante Hámor que, desde 2022, tem participado de feiras, festivais e eventos da cidade. 

Conforme a autora, o livro “Pedra Antiga da Tristeza” reconhece sua ousadia. “São várias vozes que acontecem na caracterização de formas breves, mas que se encontram por dentro, compondo uma forma única. É difícil dizer o que os leitores podem esperar, já que o encontro é sempre fruto do toque de quem lê, o livro recolhe dentro de cada pessoa seus próprios nomes. O que posso dizer é que a ‘Pedra’ é um livro que expõe as frestas”.

 Para o lançamento, na Capital sul-mato-grossense, Ana está honrada em ser recebida por Marcelle Saboya e Isloany Machado, no bate- -papo e com boas expectativas. “Eu me sinto honrada por ser recebida por duas pessoas tão sensíveis. Já estou lendo o livro da Isloany e o trabalho que a Marcelle faz é um dos mais bonitos da vida. Neste lançamento, espero gente reunida, abraços fartos, janelas abertas, palavras na ponta da língua, um céu que diga sim.” 

Após o lançamento, Ana Paula fará uma sessão de autógrafos e os livros estarão à venda com a equipe da Hámor Livraria. O atual momento de Ana Paula é definido como uma euforia-devastada e ela adianta que. em breve. divulgará pequenos trechos de sua obra literária. “Um livro quando nasce deixa nas mãos de uma escritora um certo vazio, uma urgência de cuidar dele”, afirmou. 

Serviço

Estação Cultural Teatro do Mundo fica na rua Barão de Melgaço, 177. Mais informações, no Instagram: @ hamorlivraria.

Por Livia Bezerra  – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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