Distúrbio neurológico identificado ainda na infância
O transtorno TEA (Transtorno espectro autista), popularmente conhecido como autismo, é um distúrbio neurológico. Apesar dos avanços no conhecimento, há muitos desafios ligados a esse problema, como o diagnóstico e a exclusão social do paciente.
O autismo é um problema psiquiátrico que costuma ser identificado na infância, entre 1 ano e meio e 3 anos, embora os sinais iniciais às vezes apareçam já nos primeiros meses de vida. O distúrbio afeta a comunicação e capacidade de aprendizado e adaptação da criança.
Que fique claro: os autistas apresentam o desenvolvimento físico normal. Mas eles têm grande dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas e dão mostras de viver em um mundo isolado.
“Algumas crianças ainda no primeiro ano de vida tem dificuldade na fixação do olhar, a mãe está amamentando e a criança não olha no olho, alguns autistas em situações mais grave tem dificuldade no compartilhamento do olhar, a criança autista não gosta muito de toque, então são sinais que nós suspeitamos”, explica a neuropediatra, especialista em Neurologia Infantil, Maria Eulina Quilião.
Alguns pacientes não conseguem se comunicar e repete comportamentos. “Crianças com dois anos já devem estar falando umas 50 palavras, criança com essa idade que não fala, os pais devem pensar em autismo, não é que você fecha um diagnostico nessa idade, mas você deve suspeitar, fazer exames e na dúvida começar um tratamento de terapia multidisciplinar.”, orienta a médica.
Para identificar o autismo é preciso pais e cuidadores, estejam atentos ao desenvolvimento da criança e, quando necessário, busquem atendimento médico especializado. “A avaliação que nós fazemos é estritamente clínica e totalmente dependente da experiência do médico, Primeiro tem que ser com psiquiatra, ou neurologista infantil e que conheça o que é o autismo, que está estudando, se especializando, porque o tempo todo isso está mudando, não é que seja uma enfermidade nova, mas os estudos estão cada vez mais voltados para isso”, esclarece.
Segundo a especialista os médicos precisam ter empatia com as famílias quando um filho é diagnosticado com a doença. “Imagina uma mãe saber que o filho tem uma doença crônica, que não tem cura, é muito delicado, temos que ter talento e saber como abordar essas famílias, quando mais nós vivenciamos a especialidade, quanto mais experiência, melhor você consegue trabalhar com isso. A coisa mais importante nesses casos é se colocar no lugar das pessoas, a empatia é fundamental”, revela.
Amor, cuidado e muito carinho são palavras fundamentais para que o autista possa levar uma vida praticamente normal ao lado da família.
(Texto: Bruna Marques)