Se deixarmos, eles estão sempre em volta da mesa do jantar e, se sobrar um ossinho, a tendência é dá-lo ao nosso amigo de quatro patas. Sim, estamos falando dos animais de estimação. O que provavelmente muitas pessoas não sabem é que esses “mimos” que são dados de vez em quando, sem ninguém ver, podem pôr em risco a saúde do seu animal.
De acordo com o zootecnista e professor-mestre do Curso de Medicina Veterinária da Uniderp, Diogo Gomes da Silva, qualquer alimentação desbalanceada, associada a condições de sanidade e oferecimento inapropriadas são um risco à saúde dos pets.
“De forma geral, podemos citar os alimentos em comum com a nossa alimentação que são bastante tóxicos para nossos animais, são eles: cebola, alho, chocolate, chás e cafés, abacate, uva, confeitos contendo xilitol, sódio em excesso, entre outros. Por isso a consulta a um zootecnista ou médico-veterinário especializado em nutrição é fundamental para orientar a alimentação do seu pet”, explica o especialista em nutrição animal.
Os alimentos para pets podem ser divididos em secos, semiúmidos e úmidos: alimentos úmidos estão diretamente relacionados à qualidade e sanidade dos alimentos selecionados, dos métodos de processamento e industrialização, formulação e balanço nutricional adequado. Isso inclusive vale para qualquer alimento ou prática nutricional com seu pet, seja industrial ou natural.
“Vale destacar que todos os alimentos para cães e gatos industrializados passam por algum tipo de processo térmico para alcançar o formato físico desejado, os quais podem ser: extrusão, cozimento e pasteurização, com o intuito de se aumentar a digestibilidade dos nutrientes e a vida útil do alimento. No caso dos alimentos úmidos, estes sofrem cozimento e pasteurização após envase, para assegurar estabilidade adequada dos nutrientes e a sanidade”, esclarece o especialista.
Muito sódio nos alimentos prejudica a saúde dos animais
O médico-veterinário Diogo explica que os rins são a principal via de excreção de minerais como o sódio, que desempenha importantes funções orgânicas, entre elas o volume de água no organismo. A alta concentração de sal no organismo provoca aumento da pressão osmótica que, por sua vez, desencadeia a saída de água das células para o sangue, resultando em hipervolemia.
“As células do trato gastrintestinal são irritadas na presença de cloreto de sódio, podendo ocasionar úlceras e sangramentos. No caso de doença renal, que possui muitos fatores associados, entre eles problemas nutricionais, hormonais, metabólicos, etc., a manutenção do equilíbrio entre a água e o sódio é o primeiro problema a ser considerado. Se os rins não estiverem cumprindo corretamente suas funções, o nível de sódio pode ficar alterado no organismo, o que pode acarretar em excesso ou deficiência desse mineral na corrente sanguínea, levando a diversos sintomas e agravantes”, pontua.
Sódio elevado e proteína de baixa qualidade e excessiva são os maiores fatores na formação de cálculos renais. Fatores envolvendo idade, metabolismo, hormônios e mesmo genética também estão associados a esta enfermidade. Gatos possuem uma grande tendência a desenvolver doenças associadas ao trato urinário, uma vez que não costumam ingerir muita água, tanto por fatores biológicos como por falhas no manejo dos tutores.
(Texto: Bruna Marques)