Adeus ao mestre dos quadrinhos Stan Lee

Hoje, a coluna está de luto. Na segunda-feira, Stan Lee, quadrinista, ex- editor-chefe e ex-presidente da Marvel Comics, partiu para se tornar uma lenda. Em parceria com Jack Kirby e Steve Ditko, Lee criou personagens que encantaram gerações que vão desde crianças até adultos. Homem-Aranha, Hulk, Doutor Estranho, Demolidor, Pantera Negra, Quarteto Fantástico e X-Men são alguns dos inúmeros super-heróis que Stanley Martin Lieber criou ao longo dos seus 95 anos de vida.

Para garotos introspectivos, que normalmente sofriam bullying na escola, não praticavam esportes e eram tímidos com as garotas, eu mesmo fui assim na adolescência, ler histórias em quadrinhos era um bálsamo naqueles dias tediosos. Sou grato a figuras como Stan Lee, Frank Miller, Maurício de Souza, Jim Davis, Angeli e Robert Crumb por servirem de entretenimento e por despertarem o amor pela leitura.

Minha geração e muitas outras tiveram suas aulas complementares sobre moral, respeito ao próximo e senso de justiça graças a essas leituras simples, onde heróis salvavam o dia contra um mal maior, em meio aos seus problemas comuns do dia a dia. O Homem-Aranha era um adolescente, que após ser picado por uma aranha radiativa, torna-se um herói mascarado. Ele passa a combater o mal em Nova Iorque, em meio a bullying, deveres escolares e suas paixões. Muita gente se identificou com o herói exatamente por isso. Tirando os superpoderes, ele era igual a mim e a você.

Stan Lee nasceu em Nova Iorque e ambientou seus heróis em sua cidade. Isso lhe dava proximidade com seus leitores gerando grande empatia. O carisma dele ficou bastante evidente nas inúmeras homenagens prestadas por aqueles que amavam o simpático velhinho, que fazia questão de participar em todos os filmes baseados em suas criações. Nas adaptações de sua obra, fazia pequenas aparições e deixava os fãs procurando por ele nas cenas aleatórias. Outro grande gênio que fazia isso era o mestre do suspense Alfred Hitchcock.

Aliás, os filmes de personagens do universo Marvel trouxeram para as novas gerações a oportunidade de conhecer esses heróis mais a fundo e realizar o sonho dos velhotes como eu, que até então se contentavam com desenhos e filmes toscos para televisão, embora confesso que não perdia um episódio de Hulk na TV e curti bastante a série do Homem-Aranha exibida no Brasil na década de 1980. Dessa nova geração, já foram lançados cerca de 20 filmes que renderam R$ 25,5 milhões. Um fenômeno.

Incansável, mesmo com problemas de saúde, ainda trabalhava. Segundo a filha de Stan Lee, J. C. Lee, em entrevista exclusiva ao site TMZ, ela e seu pai trabalhavam em um novo herói. O nome dessa nova criação é Dirt Man, (Homem Sujeira em tradução livre). Sobre os poderes de Dirt Man, J. C. afirmou apenas que “é muito interessante”. Aguardemos por mais informações.

Stan Lee passou mal na manhã de segunda-feira, em sua casa em Los Angeles e foi levado ao hospital onde faleceu aos 95 anos. Ele sofria de pneumonia e de problemas nos olhos.

Um visionário. O criador da Marvel Comics deixou um legado amado e respeitado por milhões de fãs. Partiu o homem e nasceu a lenda. Essa semana assisti em casa ao “O Rei do Show”, com Hugh Jackman, o eterno Wolwerine. Esse filme conta a história de P. T. Barnum, um showman do século XIX que fazia espetáculos circenses. Sobre entreter as pessoas ele disse: “a arte mais nobre é fazer as pessoas felizes”. Stan Lee fez isso com propriedade. Obrigado, Mestre. Excelsior!

 

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