Se Foucault considera o ato de escrever uma “unidade sólida que demarca territórios específicos no campo das ideias”, constituindo-se num dos mecanismos de ordenação dos discursos, o ato de ler é, segundo a filósofa e doutora em Letras, Eliane Yunes, um ato de sensibilidade da inteligência, de compreensão e de comunhão com o mundo; pela leitura, expande-se a consciência, alcançam-se esferas do conhecimento antes não experimentadas e, no dizer de Aristóteles, amplia-se a condição humana.
Sob tal viés é que me detenho hoje a escrever sobre duas obras publicadas por escritores que, embora tenham nascido em outras terras, já são campo-grandenses de coração, mantendo uma produtiva vida de atividades sociais e profissionais. A primeira delas é “Não Era o Momento Certo”, de Rosemary Gindri, gaúcha de Santiago, mas que reside há longos anos nesta Capital. Psicóloga, Rose possuí diversas obras publicadas, entre infantis, romances, contos e também na área da Psicologia, como é o caso de: “Não Era o Momento Certo”, editado pela Life Editora, em 2018.
Nela, a autora trata de assuntos corriqueiros, como a educação de adolescentes sem a presença da figura masculina; o abandono dos filhos do primeiro casamento pelo pai quando se casa em novas núpcias; a vida num condomínio de apartamentos; os preconceitos sofridos por moças jovens que já alcançaram sua independência; o comportamento de mães para tentar suprir as carências afetivas e materiais de seus filhos.
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