A hora da verdade: quem matou Odete Roitman?

Foto: reprodução/TV Globo
Foto: reprodução/TV Globo

Remake de novela dos anos 80, ‘Vale Tudo’ chega a reta final nesta sexta-feira e promete muita emoção

 

 

Os noveleiros de plantão estão em polvorosa. O motivo? A novela ‘Vale Tudo’, exibida pela Rede Globo, que chega ao seu último capítulo nesta sexta-feira (17), e promete revelar a identidade do assassino da vilã das vilãs, Odete Roitman.

A primeira versão da novela foi exibida entre 1988 e 1989, criada e escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, direção de Dennis Carvalho e Ricardo Waddington. A obra teve em seu elenco, nomes de peso como Regina Duarte, Antônio Fagundes, Glória Pires, Carlos Alberto Riccelli, Beatriz Segall, Reginaldo Faria, Lídia Brondi, Cássio Gabus Mendes e Renata Sorrah nos papéis principais.

O rebuliço da novela rende até hoje, e foi, junto com ‘Avenida Brasil’, eleita pela revista Veja em 2016 como ‘as melhores telenovelas brasileiras’ de todos os tempos.

Em 2025, a Globo lança o remake da obra, e traz uma roupagem moderna para os personagens conhecidos, e traz os atores do panteão da atualidade como Taís Araújo, Bella Campos, Renato Góes, Cauã Reymond, Débora Bloch, Paolla Oliveira, Alexandre Nero e Humberto Carrão, sob direção de Manuela Dias.

Porém, o mistério é o mesmo, e o que todos se perguntam é: quem matou Odete Roitman?

Aqui é investigação!

Quem matou Odete Roitman? – Foto: reprodução/TV Globo

Na redação do Jornal O Estado, nossos repórteres estão colocando em prática todos o seu faro investigativo para tentar descobrir o assassino. De nomes concretos até teorias, os nossos jornalistas foram a fundo em seu processo investigativo.

Para Suelen Morales, o remake prender sua atenção, principalmente nas questões de desigualdades socioeconômicas, que, se comparadas com a primeira versão, ainda não mudaram no país.

“A personagem icônica Odete Roitman acabou se tornando uma grande protagonista, para o bem ou para o mal; ela escancara o lado obscuro do ser humano e daqueles que têm poder e dinheiro, e que não se importam nem com seu país, nem com sua família. Sobre sua morte, eu aposto em um final diferente, onde ela estaria viva, com a ajuda de Freitas e Consuelo. Se a morte for mantida como na versão original, creio que foi Nice a sua assassina”.

O nosso social Mídia, Allan Gabriel, acredita fielmente que a icônica alpinista social e protagonista, Maria de Fátima, foi a responsável por dar fim a personagem de Débora Bloch.

“Na nova versão de Vale Tudo, a Maria de Fátima é ainda mais ambiciosa, mais calculista e muito mais adaptada aos tempos atuais, onde o status, a aparência e a visibilidade valem mais do que qualquer ética. Ela não quer só ascender socialmente – ela quer dominar o jogo. E a Odete Roitman, que continua sendo essa figura poderosa, elitista e manipuladora, rapidamente se transforma de aliada em ameaça. Quando a Odete começa a tentar controlar a Fátima ou colocá-la em seu devido lugar, ela comete um erro clássico: subestima alguém que está disposta a tudo. E o mais impressionante é que, nesse contexto atual, isso faz até mais sentido do que em 1988”.

Já Brenda Leite, está ali fiel acompanhando a novela (seja na tv ou no streaming), desde o 1º capítulo, puxada pelo nome do remake, que prometia grandes emoções.

“Eu não assisti à versão original completa, apenas busquei alguns cortes de cenas específicas que fiquei curiosa para comparar com a versão atual. Também converso bastante com minha mãe, já que ela assistiu à primeira, então debatemos bastante sobre. Como jornalista, tenho tentado desvendar o mistério com meus colegas de profissão, mas quando o assunto é novela, tudo é possível”, destacou. “Mas eu acho que foi a Nice, responsável por cuidar do filho da Odete, que esteve escondido após o acidente”.

Diferente de Brenda, a repórter Juliana Aguiar começou a ver o folhetim de forma recente, influenciada pelo furdúncio de comentários.

“Comecei a assistir à novela 2 semanas antes da morte da Odete, por influência dos colegas de trabalho, que todos os dias comentavam sobre. A expectativa sobre a morte dela já estava tomando conta de todas as rodas de conversa, no trabalho, na família, no ônibus. Mesmo tendo começado a assistir há pouco tempo, acredito que nenhum dos suspeitos a matou, porque ela é mais esperta que todos eles juntos. Acho que ela está viva e forjou a morte para escapar de possíveis consequências, principalmente relacionado ao fato de ter escondido que o filho estava vivo”.

E nas ruas?

No Centro de Campo Grande, rolou de teoria e até repetição de suspeito. Para a vendedora Milena Sorila, a protagonista foi a responsável por ‘dar cabo’ na vilã.

Milena Sorila – Foto: Nilson Figueiredo

“Eu acho que quem matou a Odete Roitman foi a Maria de Fátima. Eu ainda não assisti tudo, mas para mim elas têm muita rixa”.

Raquel Vieira teve o nome inspirado na novela, e já foi direto na teoria. “Eu acho que eles vão mudar de assassino, não vai ser o mesmo da primeira versão. Acredito na teoria de que será o filho da Odete, o Leonardo, porque ela escondeu ele, não ajudou. Será uma reviravolta”.

Raquel Vieira – Foto: Nilson Figueiredo

No salão da Dona Nete Elite, a opinião é unânime: o diretor-executivo da empresa TCA, da qual Odete é a dona.

Nete Elite – Foto: Nilson Figueiredo

“A primeira versão eu não assisti, mas eu sei quem matou lá, porque ouvi os comentários, e sei que foi a Leila. Acompanho a novela e meu palpite é o Marco Auréilio, eles tiveram muitas brigas e rixas na novela, mas tem gente que acredita que ela está viva, que ela forjou uma morte, já que o caixão estava fechado no velório”, disse a manicure, Edinalva Viana.

Edinalva Viana – Foto: Nilson Figueiredo

“Essa novela é muito boa, muita emoção. Que suspense né, mas eu acho que foi o Marco Aurélio também. Sabe por que? Todos que estão indo dar o depoimento mostra matando ela, mas não mostraram a cena dela, isso ta suspeito para mim”, reforçou Clésia Rezende.

Clésia Rezende – Foto: Nilson Figueiredo

“Para mim a novela está maravilhosa. Eu acho que foi o Marco Aurélio, ele tinha todos os motivos, queria o lugar da Odete na empresa. Nessa semana, quando uma pessoa confessou o assassinato, ele assustou e isso foi muito estranho”, opinou a dona do local.

Vida real

A Folha de S.Paulo conversou com delegados e um advogado sobre esse processo, eles apontaram falhas na condução da análise sobre a morte.

Caso a investigação seguisse os padrões da vida real, haveria indícios de erros que poderiam comprometer a solução do caso. Entre as falhas mais evidentes está a falta de isolamento adequado da cena do crime. Na novela, apenas o quarto da vilã foi isolado, permitindo a aproximação de curiosos. A barreira, inclusive, é rompida pelo marido da vítima, César Ribeiro (Cauã Reymond).

Para o delegado Adriano Soares, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil de Minas Gerais, o correto seria isolar todo o andar. “Isso não seria possível, pois [o indicado] é que policiais façam a preservação do local.”

Segundo ele, ao invadir a cena, como fez César, seria possível apagar vestígios valiosos, como uma pegada com sangue ou resíduos, que poderiam indicar o autor do crime. Soares também chama atenção para o ritmo da investigação.

Outro fator que também causa estranheza é que a polícia realizou apenas a verificação das digitais ao encontrar a suposta arma do crime. Para os especialistas, deveriam ter sido realizados outros exames também.

“É importante a coleta de digitais, mas é mais importante que seja realizada a microcomparação balística com os projetis que foram encontrados no apartamento, para saber se os disparos que mataram a Odete realmente saíram daquela arma”, diz o delegado da DHPP, que também cita a polícia deveria buscar imagens de toda a movimentação do hotel na hora do crime e não apenas do corredor do quarto da vilã.

Ele ainda comenta outra cena que chamou atenção dos telespectadores, em que os cinco suspeitos Heleninha (Paolla Oliveira), Maria de Fátima (Bella Campos), Marco Aurélio (Alexandre Nero), César e Celina (Malu Galli)— sentam lado a lado e aguardam a vez para prestar depoimento.

Até a OAB entrou na história

A cena foi criticada pelo Conselho Federal da OAB (Ordem de Advogados do Brasil), que, em nota, comentou que é ilegal que o investigador ou delegado chame cinco suspeitos para depor no mesmo dia e alerta sobre a falta de advogados durante o interrogatório.

“Ninguém deve ser ouvido em investigação, interrogatório ou audiência sem a presença de um advogado”, disse o órgão. O delegado mineiro reforça que a presença do advogado não é obrigatória, mas ela pode acontecer e o suspeito tem o direito de permanecer em silêncio. Já o delegado Roberto Miranda, da Polícia Civil de São Paulo, analisa que os suspeitos do crime da dramaturgia são, em sua maioria, pessoas de renda alta, que normalmente são acompanhadas de advogados.

 

Por Carolina Rampi

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

 

Leia mais

Desigualdade de gênero é tema de ‘Quem a mim nomeou o mundo’ nesta sexta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *