‘A Feira e a Ferrovia’ retrata histórias e lembranças

Eduardo Cabral
Eduardo Cabral

Desde ontem (7), na Galeria de Vidro da Esplanada Ferroviária, está aberta a exposição “A Feira e a Ferrovia” do fotógrafo Eduardo Cabral. Estão expostas 45 fotografias que fazem parte do acervo que retrata as mudanças que aconteceram nos últimos 30 anos em um dos principais pontos turísticos da Capital: a Feira Central, que também já foi a estação ferroviária da Noroeste do Brasil.

Natural de Itapetininga (SP), Cabral mora no bairro Cabreúva e, desde que chegou à Capital, sempre registrou as mudanças do centro de Campo Grande. “Moro na Rua dos Ferroviários há 27 anos, bem
atrás da Rotunda, onde era a oficina dos trens e sempre tirei fotos de cada mudança que aconteceu ali, até a chegada da Feira Central e a retirada dos trilhos do Centro”, explica Cabral.

Eduardo Cabral é um apaixonado pelo que faz e frisa que gosta de contar histórias por meio de seus registros. “A exposição mostra um pouco da história, de como era e como está, tanto a ferrovia quanto a
feira. A fotografia é um registro de imagem e história. Em cada fotografia que faço eu penso que isso vai contar história, vou congelar esse momento, pois isso vai fazer parte da história. Meu intuito é que a população passe a valorizar esses prédios que ainda existem, que isso seja sempre lembrado, parte da história, estão aqui sendo depredados e esquecidos, mas são nosso patrimônio.”

Cabral conta que gosta, além de mostrar a importância da Feira Central, também de evidenciar o abandono e o que restou da ferrovia. “Meu objetivo com a exposição é mostrar desde quando começou a feira a importância que esse ponto da cidade teve e tem até hoje. Quero mostrar também como era o movimento da ferrovia, depois quando foi privatizada e o estado que está hoje em total abandono.”

“É muito triste, ela está em decadência, quero mostrar que a ferrovia deve ser restaurada. Ela significa o início de tudo aqui em Campo Grande, ela alavancou o estado e hoje está em estado de esquecimento”, aponta o fotógrafo.

Entre as fotografias que retratam a desativação da Noroeste do Brasil e a construção da Feira Central, existe um painel com fotos dos operários que trabalharam na obra. “Fotografei desde o alicerce, levantando
estruturas, pintura, desde pedreiro, pintor, carpinteiro, eletricista. É uma homenagem aos que, de fato, constroem o Brasil”, afirma Eduardo Cabral.

Eduardo Cabral se diz um grande apreciador da Feira Central e de suas personagens. “Quando cheguei, em
1986, estava em um hotel, pedi dica de onde comer aqui em Campo Grande e me falaram para ir para a Feira Central, e por 36 anos frequentei a mesma barraca, da Helena, até ela fechar no ano passado”, finaliza o fotógrafo.

SERVIÇO: A exposição “A Feira e a Ferrovia” fica na Galeria de Vidro da Esplanada Ferroviária até o dia 21 de junho. A Esplanada Ferroviária está situada na Av. Calógeras, 3143, esquina com a Av. Mato Grosso. (Texto: Ellen Prudente)

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