‘A fabulosa história do Guri-Árvore’ terá exibição no domingo por meio do Youtube

Lives têm sido não só um grande remédio para quem está enfrentando a quarentena em isolamento social, mas principalmente a alternativa para os trabalhadores da arte exercerem suas profissões durante este período de pandemia mundial. Entretanto o teatro é uma modalidade – até então – que tem a resposta do público intrínseca à sua execução, o que se torna um desafio a quem se propõe executar, como o espetáculo “A Fabulosa História do Guri-Árvore”, pelo grupo de teatro Fulano Di Tal.

Desde 2003 a companhia de teatro atua no Estado, sob o comando e a direção de Marcelo Leite, sendo responsáveis pela adaptação da obra de Ariano Suassuna: “O Santo e a Porca”; a montagem de “Do Bem-Amado”, livremente inspirado na obra “O Bem–Amado”, de Dias Gomes, que circulou ano passado pela Capital.

Sobre a terceira temporada do espetáculo “A Fabulosa História do Guri-Árvore”, Marcelo explica que: “a ideia de fazer a live e transmitir o espetáculo pela internet é de poder continuar fazer teatro em época de pandemia, chegando até o público da maneira que podemos fazer agora, ou seja, por meio da internet”.

Tendo feito 25 apresentações desse mesmo espetáculo, agora o momento exige a adaptação e uma equipe de oito pessoas para execução, além das medidas e dos cuidados individuais com o isolamento, assim como o uso da máscara e álcool gel, com exceção dos dois atores, preservados até entrarem em cena.

“Está sendo muito difícil, não só para o grupo, mas como para cultura no geral. Fomos os primeiros a parar e os últimos a voltar. Estamos tentando nos adaptar para a linguagem audiovisual, nos refazendo artisticamente”, diz Marcelo Leite. Sobre a companhia ele ressalta que: “para nós do Fulano, foi muito prejudicial, tínhamos contratos fechados até o fim do ano e foram todos cancelados. Estamos tendo de nos reinventar”, afirma ainda.

Enredo

Irmãos, Abílio (Douglas Moreira) e Palmiro (Edner Gustavo) encontram uma Geringonça Desreguladora de Memórias. Por meio do teatro de animação (objetos, bonecos e sombras), pantomima e da palhaçaria, são contadas as histórias de suas infâncias, onde se fazem presentes o vovô Manoel de Barros, Bernardo, Bugrinha, a Professora Maria da Glória Sá Rosa, Lídia Baís e Wega Nery.

Com tantas referências regionais, a identificação por parte do público é um destaque à parte, que quando questionado sobre o teatro sem plateia, Marcelo diz ser inimaginável. “Estamos experimentando o que já é comum na TV e no Cinema. Mas para nós, do teatro, é muito difícil fazer sem o público, que praticamente respira junto com a gente”.

“Não vamos nos acostumar nunca, mas é o que temos para o momento. Então, estamos tentando nos adaptar”, diz ainda Marcelo, responsável pela direção-geral e sonoplastia. Na trilha sonora estão as composições originais feitas para o espetáculo pelo músico e ator Ewerton Goulart, com a dramaturgia assinada por Edner Gustavo e Manolo Schittcowisck.

Com duração de 60 minutos, a classificação para o espetáculo é livre para todas as idades. Marcelo Leite finaliza dizendo que: “a arte no geral está sendo a alternativa da maioria das pessoas que estão sozinhas em casa. O que fazer sem TV, Cinema, Música, Livros, enfim, a cultura no geral? Aliás muita gente está valorizando a arte a partir deste momento”. Nesse modelo, a live transmitida no próximo domingo (21), às 16h, de forma gratuita no YouTube, terá o seu “chapéu virtual”, tornando possível a contribuição de qualquer valor, por meio do site “vakinha”, com o ID 1115593.

(Texto: Leo Ribeiro)

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