Evento acontece de 4 a 7 de novembro na UFMS, reunindo mostras competitivas, sessão indígena, oficinas e debates
O cinema universitário volta a ocupar as telas de Campo Grande com a 7ª edição do Desver – Festival de Cinema Universitário de Mato Grosso do Sul, que será realizado de 4 a 7 de novembro no Anfiteatro Marçal de Souza, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). A programação é gratuita e aberta ao público, com mostras, debates e oficinas que destacam o papel do festival na formação de jovens realizadores na cena do audiovisual regional.
A programação inclui a Mostra Competitiva de Curtas Universitários, com 15 produções vindas de universidades de diferentes estados, como São Paulo, Pernambuco, Goiás, Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul. Os filmes serão exibidos em sessões nos dias 5 e 6 de novembro, sempre seguidas de debates com os realizadores.
Entre os destaques da mostra estão títulos como Cupins Comem Arte (UEG), Desperta (Unisinos), Colar de Pérolas (UFMS), Sertão 2138 (UFPE) e Quando a Noite é Vermelha (USP). A curadoria é assinada por alunos do curso de Audiovisual da UFMS, sob a supervisão do Prof. Márcio Blanco.
Outras sessões e oficinas
Na cerimônia de abertura, no dia 4 de novembro, às 18h, serão exibidos o curta Casa Forte (2013), de Rodrigo Almeida, e o longa Salomé (2024), do diretor André Antônio. Produção pernambucana que mistura drama e elementos de mistério, Salomé narra a história de Cecília, uma modelo que retorna ao Recife e se envolve com um vizinho e uma estranha seita inspirada na figura bíblica de Salomé. Celebrado por oferecer uma releitura queer de um personagem bíblico, Salomé será debatido pelo cineasta Rodrigo Almeida, convidado desta edição do Desver.
Além das sessões de filmes, o festival oferece duas oficinas. A primeira, “Maquiagem para Cinema”, será ministrada pela artista e maquiadora Palmira Nogueira, profissional com mais de uma década de experiência em maquiagem artística e efeitos especiais. A segunda, “Percursos Possíveis para a Realização de um Curta-Metragem”, conduzida pelo cineasta Rodrigo Almeida, abordará processos criativos e técnicos da produção audiovisual, da ideia à distribuição.
A programação também reserva espaço para a Mostra de Cinema Indígena, que acontece no dia 7 de novembro, às 17h, no Anfiteatro Marçal de Souza, seguida de um debate mediado pelo Prof. Vitor Zan. Na sequência, às 19h, o Desver se encerra com a cerimônia de premiação.
Mariana Vernoshi, uma das curadoras do festival, destaca que a edição deste ano reforça o compromisso do evento com a diversidade e a experimentação no cinema universitário. Segundo ela, a curadoria buscou selecionar obras que demonstrassem grande potência estética e narrativa.
“O mais importante é reconhecer que o cinema não existe apenas dentro da lógica comercial do entretenimento. Esses curtas universitários nos lembram que o cinema é um espaço de infinitas possibilidades e experimentações”, afirma Vernoshi.
Ela ressalta ainda o protagonismo dos documentários de arquivo e das produções com temática ambiental, que refletem preocupações contemporâneas e a capacidade dos jovens realizadores de transformar experiências pessoais em reflexões coletivas.
“O Desver é uma plataforma de reconhecimento e circulação de filmes que merecem ser vistos e discutidos. Uma oportunidade para o público conhecer o curta-metragem, um formato pouco presente no circuito comercial, e de entrar em contato com as novas linguagens e temáticas que estão moldando o futuro do cinema nacional”, explica.
Programação
As inscrições para participar das oficinas estão abertas e podem ser realizadas no site oficial do festival: desver.com.br. Toda a programação é gratuita e aberta à comunidade universitária e ao público em geral.
O Festival Curta Campo Grande 2025 começa no dia 4 de novembro, terça-feira, com a sessão de abertura no Anfiteatro Marçal de Souza Tupã. A programação inicial apresenta os filmes Casa Forte (2013), dirigido por Rodrigo Almeida, e Salomé (2024), de André Antônio. Após as exibições, o público poderá acompanhar um debate com o diretor Rodrigo Almeida, marcando o início de cinco dias dedicados ao audiovisual sul-mato-grossense, com atividades voltadas à formação, exibição e troca de experiências entre realizadores.
Entre os dias 5 e 7 de novembro, o festival oferece duas oficinas formativas. A primeira, “Maquiagem para Cinema”, será ministrada pela maquiadora e artista visual Palmira Nogueira, no Anfiteatro Marçal de Souza Tupã, das 8h30 às 10h30. Com carga horária de 9 horas, o curso propõe uma imersão nos processos criativos e técnicos da maquiagem voltada ao audiovisual. Palmira é formada pelo Senac-MS e pela UFMS, e atua há mais de dez anos com maquiagem artística, social e de efeitos especiais (FX). Em sua trajetória, une arte, técnica e pesquisa, explorando a maquiagem como forma de expressão e ferramenta educativa.
A segunda oficina, intitulada “Percursos Possíveis para a Realização de um Curta-Metragem”, também ocorre de 5 a 7 de novembro, no Anfiteatro da UFMS, das 13h30 às 16h30, totalizando 9 horas de duração. Ministrada por Rodrigo Almeida, o curso apresenta uma visão ampla sobre o processo de produção de curtas, abordando desde a pré-produção até a pós-produção e distribuição. A proposta é oferecer aos participantes um panorama prático e teórico sobre como transformar uma ideia em um filme, com foco em soluções criativas e sustentáveis para realizadores independentes.
Paralelamente às oficinas, o festival realiza a Mostra Competitiva de Curtas Universitários, com sessões nos dias 5 e 6 de novembro, às 17h e 19h, no Anfiteatro Marçal de Souza Tupã. A mostra reúne produções de diferentes universidades brasileiras e contará com debates on-line com os realizadores após cada sessão. Os curtas selecionados abordam temas variados, explorando a diversidade de olhares e linguagens do cinema estudantil no país.
O encerramento do festival acontece na sexta-feira, 7 de novembro, com a Mostra de Cinema Indígena, às 17h, também no Anfiteatro Marçal de Souza Tupã. Será exibido o filme Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá (2025), dirigido por Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna. A sessão será seguida de debate com o professor Vitor Zan, ampliando as discussões sobre representação e protagonismo indígena no audiovisual contemporâneo.
Logo em seguida, às 19h, o público poderá acompanhar a cerimônia de premiação, momento que encerra oficialmente o Festival Curta Campo Grande 2025. A noite promete celebrar os destaques da mostra universitária e reconhecer o talento dos novos realizadores, reafirmando o compromisso do evento com o incentivo à produção audiovisual e à formação de novas gerações de cineastas em Mato Grosso do Sul.
Sobre o Festival
Criado em 2019 junto ao nascimento do curso de Audiovisual da UFMS, o Desver chega à sua sétima edição como um dos principais eventos universitários de cinema da região Centro-Oeste. Ao longo de sua trajetória, o festival se adaptou às circunstâncias, com edições remotas durante a pandemia e formatos híbridos em anos recentes, mantendo sempre o compromisso de oferecer formação, cultura e troca de experiências entre realizadores e o público.
Inspirado no verso de Manoel de Barros “Então era preciso desver o mundo para sair daquele lugar imensamente e sem lado”, o festival adota o conceito de “desver o mundo” como eixo temático, convidando o público a novas percepções da realidade por meio do cinema.
Serviço: O Festival Curta Campo Grande 2025 acontece de 4 a 7 de novembro de 2025, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com atividades concentradas no Anfiteatro Marçal de Souza Tupã, localizado no Corredor Central do campus. Toda a programação é gratuita e aberta ao público. Mais informações sobre a agenda, oficinas e mostras podem ser encontradas no site desver.com.br.
Por: Amanda Ferreira
