Com seminários, exposições e oficinas, celebração vai até domingo e temática do evento traz luz aos caminhos dos museus na atualidade
‘Futuro dos museus em comunidades em rápida transformação’. Esse é o tema da 23ª edição da Semana Nacional de Museus, que propõe uma discussão sobre o futuro dessas instituições, com destaque para seu papel como agente de transformação em comunidades dinâmicas e diversificadas. O evento nacional reúne mais de mil instituições em todo o país, mais de 3 mil atividades e convida à reflexão sobre três subáreas temáticas fundamentais: Patrimônio Imaterial, Juventude e Novas Tecnologias.
A 23ª Semana Nacional de Museus, portanto, convida a refletir sobre o futuro dessas instituições em um mundo em rápida transformação. Ao valorizar o patrimônio imaterial, abraçar a juventude e incorporar novas tecnologias, os museus podem se reinventar como espaços dinâmicos, inclusivos e transformadores. Nesse processo, eles preservam o passado, inspiram o presente e constroem um futuro mais sustentável e conectado com as comunidades.
“Em um mundo marcado por mudanças aceleradas e transformações profundas, os museus se consolidam como espaços essenciais para a reflexão, a preservação e a promoção da cultura”, ressalta o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), responsável pelo evento.
Em Mato Grosso do Sul, conforme o site oficial, 19 museus e locais históricos irão participar da semana, com oficinas, visitas guiadas e até podcast: Museu das Culturas Dom Bosco, Museu Interativo Nelson Silva Soares (Costa Rica), Museu de Arte Urbana – MuAU, Museu de Arqueologia do Pantanal (Corumbá), Museu Municipal Cultural Antônio Joaquim de Moura Andrade (Nova Andradina), Museu da Imagem e Som, Museus de Arqueologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Laboratório e Coleção Científica de Numismática – ATRIVM / UFMS, Casa de Ciência e Cultura de Campo Grande, Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul, Casa da Memória Raída (Bonito), Casa-Quintal Manoel de Barros, Museu do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, Museu de Tecnologia Regional de Maracaju Domadora Anna Thereza de Lima Alves (Maracaju), Museu José Antônio Pereira, Museu de História da Medicina de Mato Grosso do Sul, Cemitério Santo Antônio e Museu José Alves Cavalheiro (Amambai).
A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) realiza diversas ações em Campo Grande, Corumbá, Coxim e Nova Andradina, até o dia 18, em alusão ao Dia Internacional dos Museus.
Em Campo Grande, o Muarq (Museus de Arqueologia) realizará a exposição temporária ‘Fragmentos que falam: barro, memória e arte indígena em novos tempos’, com abertura oficial nesta terça-feira (13), às 10h, na sede da instituição. A exposição poderá ser visitada até o dia 30, das 8h às 11h e das 14h às 16h, concomitante com as ações do Museu Escola, com agendamento de visitas mediadas para escolas e grupos.
Às 10h30 o museu realiza ainda a oficina interativa ‘Territórios que falam: juventude indígena entre palavras e pigmentos da terra’. Ministrada por jovens indígenas da Comunidade Aldeinha, de Anastácio, a oficina ensinará o preparo de tintas a partir de pigmentos naturais (terra, carvão, urucum, folhas e flores), explicar sobre os materiais coletados e os valores simbólicos e criação de uma obra autoral unindo aldravia e pintura com pigmentos naturais.
Museu é para todas as idades

Museu Dom Bosco – Foto: Reprodução
Conforme o próprio Ibram, a juventude ocupa um lugar central para a existência dos museus, considerando o número expressivo do público estudantil. Segundo a responsável técnica do Muarq, Laura Pael, a presença dos jovens no espaço é reforçada quando aliada à educação.
“Por ser um museu da universidade, e por ter pesquisa, extensão e ensino, os jovens gostam de vir, pois possibilita o desenvolvimento de diversos projetos. Então o museu está sempre inovando com ações que fortaleçam a presença de jovens e crianças e também é um local onde eles podem conhecer mais da sua história e identidade”.
E a procura não fica concentrada apenas na comunidade acadêmica superior; o local é um dos pontos de visitas de escolas, que buscam mostrar para alunos de todas as idades a extensão do passado arqueológico do Estado.
“Há uma procura grande [de visitas aos museus] aqui em Campo Grande, principalmente a comunidade escolar, onde temos parcerias com as escolas públicas e privadas, professores, idosos e comunidade geral. Temos uma procura o ano todo e quando temos esses eventos o público já nos procura porque sabem que faremos algo especial”, diz Laura.
“A exposição Fragmentos que falam e a oficina Territórios que falam dizem mais do que preservar objetos. Nosso objetivo é dar visibilidade à história, à memória e às expressões culturais que formam a identidade do nosso Estado e do nosso país”, reforça.
Lidia Baís
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul participa da programação com ações realizadas pelo MARCO (Museu de Arte Contemporânea) e pelo MIS (Museu da Imagem e do Som).
O MARCO, em conjunto com o MIS, realizará a exposição ‘As várias faces de Lidia Bais’, em comemoração aos 125 anos de nascimento da artista. A exposição, inaugurada na noite de ontem (12), trouxe para o MIS as principais obras da artista, que estão sob a responsabilidade do MARCO, que ficarão expostas até o dia 30 de junho. Além disso, dos dias 13 a 18 de maio, das 9h às 21h, o museu trará uma ação educativa com curiosidades sobre a artista, de forma online, por meio do instagram @MarcomuseuMS .
Outra ação educativa trazida pelo MARCO durante a Semana Nacional de Museus será realizada de 15 a 18

Lidia Bais Alegoria Profetica sem data – Foto: Reprodução
de maio, das 9h às 21h. Será uma releitura da obra: Última ceia do Nosso Senhor Jesus Cristo da artista Lídia Baís. Convite aos internautas para fazer sua releitura baseada na obra da artista. As releituras serão postadas nos stories do instagram do museu.
A coordenadora do Museu de Arte Contemporânea, Vera Bento, disse que esta ação conjunta entre o MIS e o MARCO reafirma o papel dos museus como espaços vivos de memória, criação e formação crítica. “Lídia Baís é figura central na história da arte sul-mato-grossense. Com uma trajetória marcada por ousadia estética, inquietação espiritual e profunda consciência de seu tempo, a artista construiu uma obra singular que articula elementos do sagrado, do feminino e da ancestralidade em composições densas e simbólicas. Ao valorizar suas raízes familiares e questionar padrões sociais, Lídia rompeu silêncios impostos às mulheres e consolidou uma linguagem própria, de forte valor identitário”.
A exposição vai até o dia 30 de junho e vai ficar aberta à visitação de segunda a sexta, das 7h30 às 17h30, no Museu da Imagem e do Som, que fica no 3º andar do Memorial da Cultura e da Cidadania, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro.
Para mais informações sobre museus e atividades, acesse o site https://visite.museus.gov.br/
Por Carolina Rampi