1º Encontro cultural de multicolecionismo traz colecionadores de vários estados

Foto: Paulo Rezende
Foto: Paulo Rezende

Moedas, selos, action figures e cartões postais e outros serão exibidos no evento

 

Você já ouviu falar do termo ‘numismática’? E ‘filatelia’? O primeiro diz respeito ao estudo, sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico das cédulas, moedas e medalhas, e também se refere ao colecionismo desses itens. Já o segundo se trata do colecionismo de selos postais, aqueles inseridos nas cartas a um tempo atrás. Itens como esses, mais action figures, cartões telefônicos e outros colecionáveis serão expostos no 1º Encontro cultural de multicolecionismo nos dias 7 e 8 de março.

O evento trará para Campo Grande colecionadores de diversas partes do país. Conforme um dos organizadores e numismata, Paulo Rezende, será a primeira vez que a capital receberá esse tipo de encontro, que já é conhecido em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

“Será um tipo de evento nos padrões norte-americanos, em um local fechado, com mesas e expositores, onde os itens ficam para a venda além da exibição. Terão expositores do Brasil inteira com mesas de multicolecionismo, com entrada gratuita, qualquer pessoa poderá ir para conhecer, e até vender algum item para os colecionadores que estiverem lá”, explica.

Rezende descreve os colecionadores como ‘guardiões da história’. “Vão ter muitos itens históricos exibidos: moedas do império, república, colônia, traremos muitas coisas desse tipo. Fora isso, estaremos trazendo o Benjamim, que é a única pessoa viva no Brasil que já foi cunhado em uma moeda, que circulou no Brasil. Ele estará lá para palestras e autografando camisetas para as crianças. Será um evento bem diferente”, destaca.

Benjamin, é Jorge Benjamin do Santos, de 63 anos, que em 1988 teve seu rosto cunhado em uma moeda comemorativa de 100 Cruzados, em homenagem ao Centenário de Abolição da Escravatura. Segundo uma reportagem do portal Terra, publicada em 2024, Jorge Benjamin hoje luta pelo reconhecimento de ter sua imagem usada, já que na época, a Casa da Moeda não o informou, pagou ou deu os créditos pela foto.

Tentativas

Colecionador desde criança, Paulo Rezende veio de São Paulo para Campo Grande já com a paixão pelos itens de numismática (cédulas, moedas e medalhas). Porém, ao chegar na capital pantaneira, percebeu que a cidade não possuía nenhum tipo de organização específica para os colecionadores.

“Não tinha nada organizado. Junto com outras pessoas, foi criada a ANUMIS-MS (Associação Numismática de Mato Grosso do Sul) e há dez anos que tentamos fazer esse tipo de evento aqui, mas é complicado. Foi preciso ir para São Paulo várias vezes para falar com a Associação Brasileira, para ter o apoio deles. Fora a locomoção dos colecionadores de fora, mas esse ano conseguimos e deu tudo certo, depois de dez anos de planejamento e organização, trazer um evento desse porte”.

Além de organizador, Rezende também trará para a exibição itens de sua própria coleção como moedas estrangeiras, comum, de níquel, cobre, bronze, prata e até ouro; moedas do Brasil a partir de sua fundação até os dias atuais e cédulas. “Também haverá vários tipos de medalhas, de prata, de bronze, edições comemorativas”, destaca. O evento contará ainda com coleções de miniaturas de carrinhos, como hot wheels, discos antigos, colecionáveis da coca-cola, figurinhas e selos. “Terá muita variedade e para todos os gostos”, complementa.

Evolução

Para Rezende, o colecionismo se aprimorou com o tempo, auxiliado pela expansão da tecnologia e das redes sociais. “Ficou tudo mais fácil. A gente com o celular na mão consegue comprar bastante, vender e conhecer pessoas novas. O mundo do colecionismo em Campo Grande ficou mais fácil. E também a organização de cada nicho. Hoje, temos pessoas que vivem do colecionismo aqui na cidade, está surgindo um público muito bom”.

Colecionador, organizador do evento e tesoureiro da ANUMIS, ele destaca a existência de mais de 50 associados mensalistas. “Há também um monte de crianças, os colecionadores mirins, mulheres que colecionam; o mundo do colecionismo é muito grande”.Os preparativos para o evento seguem a todo vapor, e a expectativa dos vendedores que vêm de diversos estados para Campo Grande está alta. “Eles estão super animados, e eu também, mas com aquela preocupação natural de quem organiza um evento pela primeira vez, especialmente em garantir que as pessoas certas venham para comprar”, afirma. Entre os destaques da programação, está a presença de especialistas em numismática e autor de catálogos de referência sobre valores de moedas, considerado uma autoridade no assunto. Nomes de peso do setor, como Marcelão, de Curitiba [João Marcelo, proprietário da Casa do Colecionador], e vendedores do Rio Grande do Sul e de outras partes do país, também estarão presentes. “Os melhores de suas áreas estarão aqui, e a divulgação tem sido bem aceita em Campo Grande, o que nos deixa otimistas”, comenta. Apesar do entusiasmo, a expectativa de público ainda é uma incógnita. “Como é um evento gratuito e nosso primeiro encontro, ainda não temos dimensão de quantas pessoas comparecerão, mas acreditamos que será um grande evento.”

Serviço: 1º Encontro cultural de multicolecionismo será realizado nos dias 7 e 8 de março, das 9h às 18h, no Hotel Jandaia, na Rua Barão do Rio Branco, 1271, com entrada gratuita.

 

Por Carolina Rampi

 

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