Evento reúne shows nacionais e internacionais, história, arte e multiculturalismo da fronteira
Arte, música, teatro, dança, literatura e diversas outras linguagens artísticas estarão reunidas em Corumbá de 15 a 18 de maio para um dos eventos culturais mais significativos da região sul-americana, o FAS (Festival América do Sul). Em sua 18ª edição o evento traz o tema ‘Singularidades que integram a América do Sul’, o que reafirma sua missão como promotor da integração dos povos fronteiriços por meio da arte, cultura, história e consciência ambiental.
Considerada uma cidade de localização estratégica, por fazer fronteira com Bolívia e Paraguai, Corumbá possui uma rica história, com encontros culturais e sociais que moldam a identidade sul-americana. Já foi chamada de Arraial de Nossa da Conceição de Albuquerque, palco de acontecimentos da Guerra contra o Paraguai e agora sua tradição é cercada pela cultura fronteiriça, sendo referência na diversidade.
Nos quatro dias de Festival América do Sul, a arte irá ocupar praças, ruas e centros históricos, principalmente o Casario do Porto, patrimônio tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), com mais de 150 atrações. A programação contempla música, teatro, dança, literatura, circo, cultura de rua, gastronomia, artesanato, contação de histórias e debates sobre temas relevantes como meio ambiente, turismo e educação. O festival convida o público a viver uma experiência única onde o Pantanal e a cultura sul-americana se entrelaçam em um só pulsar.

Buena Vista Social Club – Foto: reprodução
Nacional e internacional
Nomes de peso já foram confirmados logo no início da preparação do festival: Alcione, Pixote e Xamã. Também haverá shows de Duduca & Dalvan, Buena Vista Social Club e abertura, na quinta-feira (15), ficará por conta da Orquestra América do Sul, que se apresentará no Palco do Porto, às 19h30, com músicos de diversos países da América do Sul como Argentina, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Suriname e Guianas.

Foto: Reprodução
O prefeito de Corumbá, Gabriel Alves, destacou a importância do evento para a cidade e a participação popular na construção desta edição, após dois anos de hiato. “É muito importante para Corumbá retomarmos o Festival. Hoje, essa audiência nos permite fazer ajustes e atender às reivindicações da população”, afirmou.

Alcione – Foto: Reprodução
A escolha do mês para a realização do FAS 2025 foi classificada como estratégica pelo deputado estadual Paulo Duarte. “Estamos trazendo o Festival de volta para o mês de maio, como era originalmente. Maio é um período mais tranquilo do ponto de vista climático, permitindo que as atividades ocorram sem imprevistos. Ouvimos a população para que o evento seja ainda melhor”, ressaltou. No ano passado, o festival foi cancelado devido as altas temperaturas que poderiam prejudicar a população e artistas.
O presidente da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Eduardo Mendes, destacou a importância da parceria com a Prefeitura. “Temos que entender o que precisa acontecer em Corumbá e trabalhar juntos para realizar um Festival condizente com a realidade local”, afirmou. Ele também enfatizou o potencial turístico do Porto Geral. “Qual cidade do Brasil tem um atrativo como o Porto? Qual cidade tem esse patrimônio histórico, essa beleza natural, o pôr do sol no rio? Tudo isso é encantador. Não tem como não ocupar aquele espaço e dar vida a ele, não só nos dias do festival, mas também criando um legado para o futuro”, frisou.
A integração entre artistas locais e internacionais é um dos pilares do festival. Wanessa Rodrigues, diretora-presidente da Fundação da Cultura de Corumbá, enfatizou a importância de incluir agentes culturais da cidade na programação. “Quanto mais trabalhadores da cultura estiverem envolvidos, melhor será para todos nós. O festival é uma marca da diversidade cultural da nossa região”, afirmou.

Xamã – Foto: reprodução
Tributo
O festival irá homenagear dois nomes da cultura sul-mato-grossense este ano. Um deles será Francisco Ignácio da Silva Neto, popularmente conhecido como Tim. Falecido em maio de 2017, ele foi o primeiro compositor de Mato Grosso do Sul a ter uma música gravada em disco, o samba-canção ‘Silêncio Noturno’. O outro homenageado será o músico e compositor Mário Zan, falecido em novembro de 2006, autor da célebre canção ‘Chalana’.
Programação
Duduca & Dalvan, ícones da música sertaneja “raiz”, se apresentam dia 15 de maio (quinta); Xamã, destaque da atual safra do rap nacional, faz o som no dia 16 (sexta); Alcione, uma das mais exponenciais vozes do samba é a atração do dia 17 (sábado); encerrando a programação, no dia 18 (domingo) o grupo Pixote e Isabel Fillardis unem carisma e clássicos do pagode e MPB.
Tem também muita cultura latino-americana: os músicos Pedro de La Colina (Chile) e Mayra Sanchez (Colômbia) são atrações de sexta (16) no Palco do Porto; Buena Vista Social Club Tribute (Cuba) e Fiesta Cuetillo (Bolívia) se apresentam no sábado (17).

Pixote – Foto: reprodução
A arte produzida em Mato Grosso do Sul promove a diversidade. Já na abertura se apresentam Matu Miranda e Bebê Kramer, Cia. do Mato, com o espetáculo de dança “Chafica”, Escolas de Samba de Corumbá e a banda Exilados; Na sexta (16) é a vez do Teatro Imaginário Maracangalha com “As Miragens do Asfalto”, do Grupo de Dança Estrela do Pantanal, do som de SoulRa e Karla Coronel e da música clássica de Catedral Erudita; No sábado (17) é a vez da Cia. Tarsila de Artes Cênicas com “Balança, mas não cai!”e o músico Júlio Ruschel; Já no domingo (18) tem batalha de rap no Porto, Grupo Urbe, Orquestra Ocamp e Guga Borba.
Os eventos ocorrem em diferentes locais: IFMS, Tenda dos Saberes, Moinho Cultural Sul-Americano, Escola Municipal Ângela Maria Perez, Biblioteca Heloísa Urt, Casa da Memória Sebastião Brandão, Iphan e Porto Geral.
Mais informações sobre a programação, horários e locais poderão ser consultados no site https://mscultural.ms.gov.br/festival/festival-america-do-sul/ .
Por Carolina Rampi
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