Na última quinta-feira (5), a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso do Sul) divulgou que a próxima safra de soja será a mais cara do estado.
O presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, divulgou os dados durante a Ponta Agrotec, em Ponta Porã. Segundo Dobashi, o custo vai subir 27,12%, ultrapassando a safra 2021/2022, e isso significa que o produtor poderá desembolsar cerca de R$ 6.352,37 por cada hectare de soja cultivado. Esse número revertido em soja pode chegar a 40,9 sacas por hectare.
Para comparar como a margem do produtor ficou estreita, a produtividade de 2021/2022 foi média, chegando a 38,65 sacas por hectare, devido a estiagem severa. Mesmo em 2020/2021, que foi ano de safra recorde com 62,64 sacas por hectare, a próxima safra representaria mais da metade da média colhida.
Segundo o presidente, há duas maneiras de amenizar o impacto nos custos, que seriam comprar insumos antecipadamente e usar a moeda soja. “O que o produtor deve fazer é sempre antecipar suas compras e fazer contas em cima da sua moeda de troca, que é o próprio produto. Antes de plantar a próxima safra de soja, ele tem de travar os custos em soja, trocar toneladas de fertilizantes por sacas de grãos, porque dessa forma ele sabe até onde pode investir”, explicou Dobashi.
O produtor terá de fazer as contas para saber até quanto poderá investir. “Se o custo de produção, ultrapassa o mínimo que o agricultor produz, ele não pode avançar na comercialização, porque o custo estará fora do patamar de preços que ele está acostumado a lidar”, comentou o presidente.
Alguns itens como fertilizantes e herbicidas, que passaram de 140% de valorização, contribuíram para o aumento nos custos de produção. Outras áreas como tratamento de sementes, correção do solo e operações com máquinas e implementos também sofreram aumento, de 50%.
“Estamos experimentando preços que encareceram mais que 100% nas últimas safras. E a soja, por mais que tenha tido uma valorização, não teve esse reajuste, como está ocorrendo com os insumos. Então, seja pela pandemia ou pela guerra, os insumos tiveram um reajuste muito maior do que o produto que a gente comercializa: a soja e o milho. E isso faz com que a gente tenha que trocar os insumos, pela nossa moeda, que são essas commodities”, finalizou Dobashi.
Com informações da Aprosoja/MS.
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