O maior estudo de solos já realizado no Brasil promete transformar o planejamento agrícola em Mato Grosso do Sul. Com mais de 3.500 amostras coletadas em 79 municípios, o ZAE-MS (Zoneamento Agroecológico sul-mato-grossense), elaborado pela Embrapa Solos em parceria com a Semadesc, mapeou as características físicas, químicas e biológicas do solo, indicando sua aptidão para diferentes culturas e apontando riscos ambientais e áreas de conservação.
O resultado, apresentado nesta quinta-feira (9) no auditório da Famasul, em Campo Grande, indica o Estado como referência nacional em conhecimento sobre solos.Segundo o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta, o levantamento oferece uma base inédita para orientar decisões no campo.
“O estudo garante segurança ao produtor. Ele pode consultar o mapa de solos, entender a aptidão da área e os cuidados necessários para cada tipo de exploração. Isso evita erros, otimiza investimentos e ajuda o Estado a direcionar melhor o crescimento das áreas agrícolas e de pastagem”, destacou.
Com o novo zoneamento, 65% do território estadual foi identificado como área apta para atividades agropecuárias. As análises também permitem indicar quais regiões são mais adequadas para culturas como soja, milho, arroz, trigo, girassol, cana-de-açúcar e sorgo, além de áreas propícias para silvicultura e pastagens.
A chefe de pesquisa da Embrapa Solos, Cláudia Pozzi Jantalia, ressaltou que o estudo não se limita ao meio científico, ele foi pensado para chegar ao produtor.
“Estamos capacitando equipes técnicas para que esse conhecimento se traduza em orientações práticas no campo. Saber como o solo se comporta é o primeiro passo para aumentar produtividade, reduzir desperdícios e produzir de forma sustentável”, afirmou.
Além de servir como guia para o planejamento agrícola e ambiental, o ZAE-MS é uma ferramenta estratégica para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, ajudando produtores a escolher culturas mais resilientes e a adotar manejos adequados ao tipo de solo e à disponibilidade hídrica.
Os dados estarão disponíveis em plataformas digitais do PronaSolos, Semadesc, GovMS e no aplicativo MS em Mapas, que permitirá acesso mesmo off-line para facilitar o uso por técnicos, consultores e produtores rurais diretamente no campo.
Por Gustavo Nascimento
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