O custo total de implementação de um hectare de soja na safra 2024/2025, em Mato Grosso do Sul é de R$ 5.998,24, equivalente a 51,27 sacas por hectare.
O número divulgado pela Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), reflete a soma de todas as despesas diretas e indiretas, custos fixos e variáveis e os preços médios apurados entre os meses de julho e agosto nas principais praças do Estado.
O economista da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes afirma que uma gestão de custos eficiente é essencial para aumentar a margem de lucro na atividade produtiva.
“Nosso Estado vem de anos desafiadores e esta nova safra promete continuar exigindo assertividade técnica e financeira do produtor rural. Por isso, olhar para dentro da propriedade, entendendo que cada uma tem sua peculiaridade é o primeiro passo para uma gestão sustentável. A Aprosoja/MS, traz este estudo justamente para auxiliar nesse processo tão minucioso que é a confecção do custo de produção. No material temos todos os componentes, tanto de um sistema de produção convencional como com o uso de biológicos, e isso serve como referência e embasamento estratégico para os gestores e produtores rurais”, completa Fernandes.
O estudo considera a utilização de cultivares com biotecnologia IPRO (Bt + Roundup Ready), com produtividade 51,7 sacas por hectare, baseada na média de histórica das últimas cinco safras; e preço médio de R$ 117,00 por saca de 60 Kg. Quando comparado com o ano anterior, o custo total de produção apresenta retração de 2,8%, contudo, componentes como sementes, tratamento de sementes, corretivos de solo e fertilizantes apresentam incremento que variam de 0,3% a 19,6%.
De acordo com o estudo, a operação de custeio tem a maior parcela no custo total, representando 57,21%, equivalente a R$ 3.431,60, igual a 29,33 sacas por hectare. Entre os componentes do custeio, os fertilizantes têm maior representatividade, responsáveis por 32,78% do total, equivalente a 9,38 sacas por hectare; as sementes representam 16,58%, igual a 4,74 sacas por hectare, e os fungicidas têm 12,40%, equivalente a 3,55 sacas por hectare.
Os outros custos variáveis, que compreendem o seguro agrícola, impostos e taxas, assistência técnica, manutenção de máquinas e implementos, benfeitorias, despesas administrativas, mão de obra, armazenagem e transporte externo somam 27,40%, igual a 14,05 sacas por hectare, no montante do custo de produção. O custo fixo, composto pela depreciação de benfeitorias, máquinas e implementos, encargos e seguro do capital fixo, representa 6,64%, equivalente a 3,41 sacas por hectare. Já o custo operacional, que considera a remuneração sobre o capital representa 49,71 sacas/hectare, igual a 96,97% do custo total.
Municípios que mais produzem
Até a última sexta-feira (27), a semeadura da soja na safra 2024/2025 atingiu aproximadamente 3,3% da área estimada. Os municípios mais avançados no plantio são: Laguna Carapã com 20% da área estimada, Douradina, Fátima do Sul e Glória de Dourados com 15%, seguidos por Ivinhema com 12%, e por fim, Ponta Porã, Itaporã e Caarapó com 10%.
A porcentagem de área plantada na safra 2024/2025 está superior em aproximadamente 1,7 ponto percentuais em relação à safra 2023/2024, até a data de 27 de setembro. A área de soja no estado continua em constante crescimento. A estimativa é que a safra 2024/2025 seja 6,8% maior em relação ao ciclo passado, atingindo 4,501 milhões de hectares. A produtividade média esperada é de 51,7 sacas por hectare, resultando em uma produção estimada de 13,977 milhões de toneladas.
Essa perspectiva é baseada na média dos últimos cinco anos do projeto SIGA-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio). Para o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, o sucesso no cultivo da soja em Mato Grosso do Sul está profundamente ligado às condições climáticas. ” É fundamental utilizar informações técnicas ao adotar estratégias de gerenciamento de riscos. A mitigação de riscos é essencial, especialmente quando as condições climáticas apresentam oscilações ao longo do ciclo da cultura. Táticas como o escalonamento do plantio são cruciais para atenuar vulnerabilidades associadas às adversidades climáticas que podem prejudicar o desenvolvimento da soja”.
Por: Suzi Jarde
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