Para driblar preço baixo, confinamento pode ser opção para pecuaristas

Boi em confinamento pode ser alternativa para os pecuaristas - Foto: reprodução
Boi em confinamento pode ser alternativa para os pecuaristas - Foto: reprodução

Técnica oferece alternativa para manter produtividade e evitar vendas em baixa

 

Diante da pressão por parte das indústrias para reduzir o preço pago na arroba do boi gordo, a prática do confinamento tem se mostrado uma alternativa para manter a margem de rentabilidade e ganhar tempo de negociação.

Com o uso de tecnologia, suplementação e planejamento alimentar, o sistema permite reter o animal por mais tempo na propriedade, evitando prejuízos com as vendas em períodos de desvalorização.

De acordo com dados da Famasul, mais de 1 milhão de animais foram confinados em Mato Grosso do Sul em 2023, com projeção de aumento em 2024 devido ao cenário climático e de preços. A adesão é puxada especialmente por médios produtores, que buscam mais previsibilidade de abate e renda.

A estratégia pode ser eficiente para produtores neste segundo semestre, em que produtores enfrentam preços mais baixos e concentração industrial na compra de gado.

“Orientamos quem tem estrutura a segurar o gado no pasto ou no cocho. O mercado está pressionando, e quem entrega agora pode perder”, alerta Guilherme Bumlai, presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul).

Tecnologia, nutrição e planejamento

No confinamento, o gado é alimentado com ração balanceada e suplementação energética, o que acelera o ganho de peso e reduz o tempo de terminação do animal. Isso também é uma resposta à seca típica do inverno sul-mato-grossense, que compromete a qualidade das pastagens naturais.

“Com o pasto seco, o confinamento não é só uma escolha de mercado, é uma necessidade. Se você não fizer isso, o animal perde peso e o prejuízo é maior”, explica o zootecnista Cláudio Salomão, especialista em sistemas intensivos de produção.

Com o custo de produção controlado, o confinamento também permite que o pecuarista atue com mais planejamento, evitando vender na “boca do frigorífico”. Embora envolva mais investimento em estrutura, nutrição e gestão, especialistas garantem que, se bem feito, o sistema pode gerar ganhos superiores ao extensivo tradicional.

Além disso, há um movimento crescente de produtores que estão fazendo integração lavoura-pecuária-confinamento, otimizando áreas agrícolas e garantindo forragem mesmo fora de época. A adoção de tecnologia, manejo intensivo e genética de qualidade são diferenciais nesse processo.

 

Por Gustavo Nascimento

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