Ceasa-MS pontua que preços a consumidores não foram impactados
Conforme apurado pela reportagem do jornal O Estado, na última quarta-feira (8), em visita à Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), a onda de calor, que se mostra forte na primavera de 2023, tem afetado os produtores. No entanto, os desafios do cultivo ainda não afetam o bolso do consumidor, porém podem vir a trazer instabilidades nos próximos dias.
O diretor de abastecimento e mercado da Ceasa, Fernando Begena, explica que a Ceasa existe justamente para evitar a situação de desequilíbrio. Conforme explica o diretor, a rede é toda interligada dentro do Estado e fora dele. Caso haja crise na Capital, os outros municípios entram em ação, pois Jaraguari e Sidrolândia, por exemplo, são cidades próximas e conseguem fazer o abastecimento. Se houver uma situação de crise em todo o Estado, entram em ação os demais, como São Paulo, Goiás, Paraná e Santa Catarina.
No entanto, nos quatro anos em que segue na gestão, Begena afirma que são poucos os momentos em que são vistas situações de intempéries, inclusive com o calor. “Existe, sim, uma certa perda tanto pelos produtores quanto pelos comerciantes. No entanto, quando chega na Ceasa, ele não sofre qualquer tipo de anormalidade com relação ao preço. Existe o sobe e desce, mas essa sazonalidade é uma questão da variação dos valores. É comum no agro essa situação, por conta da lei de oferta e procura. Mas, dificilmente isso chega à Ceasa”, argumenta o diretor.
Conforme afirma Begena, os alimentos que mais sofrem com o calor são as folhas. “As folhas, porque queimam e elas são as que mais sofrem. Tanto o frio intenso quanto o calor intenso prejudicam as folhagens, que são mais sensíveis às intempéries”, diz o diretor, afirmando que hoje, é difícil contabilizar quantos produtores fornecem à Ceasa, mas que hoje a rede conta com, pelo menos, 47 permissionários distribuídos entre 66 empresas e pelo menos 180 boxes espalhados pelos pavilhões.
As cotações dos preços na Ceasa são feitas todas as terças e sextas-feiras, a partir de uma margem diária. Com a relação de variações, é possível constatar, por meio das estatísticas, de forma sólida, que, por enquanto, o calor não tem influenciado nos valores da mercadoria. “Com relação ao preço, não chegou a alterar nada. Simplesmente está na normalidade, que é a questão de oferta e procura, ou seja, quando tem mais e quando tem menos, justamente pela época de colheita, por assim dizer, nada por perda ou desperdício, algo nesse sentido”.
Evitando perdas
O conferente de mercadorias do Box Ellos, Francisco Barbosa Soares, 54, demonstra, à reportagem do jornal O Estado, todo o processo de preparação das frutas que chegam à mesa da população. A laranja, por exemplo, é o alimento que recebe mais atenção, por sua alta demanda. “Do jeito que vem da roça, a gente faz o procedimento de descarregar, sobe na rampa, ali e ela é lavada, polida, para chegar na mesa do consumidor”, demonstra o profissional.
Conforme Soares, produtos como o mamão, a manga e a banana são os que mais estragam, devido ao calor. Para manter a qualidade, as frutas são refrigeradas em temperaturas como 8ºC, 9ºC e 10ºC. “Se não colocar na câmara fria e não tiver uma boa refrigeração, elas acabam sendo perdidas. Mas, a mercadoria chega praticamente todo dia, então é pouca mercadoria que fica na câmara, sobra pouca coisa, porque geralmente está sempre entrando e saindo mercadoria”, argumenta.
Por – Julisandy Ferreira.
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