Não vai faltar milho na festa junina, mas sua presença vai valer ouro

aprosoja

Estiagem aumenta os desafios para o produtor e impacta no preço do alimento

Milho cozinho ou usado na pamonha, eita trem bom! Essa combinação de sabores e que só o grão oferece poderá ter um custo alto na festa junina. A justificativa para esse aumento de preço nos supermercados têm ligação direta com o período de estiagem que influência no cultivo. O coordenador técnico da Aprosoja/MS (Associação Brasileira dos Produtores de Soja de MS), Gabriel Balta, garantiu em entrevista que não haverá falta do alimento nas prateleiras, mas acredita que os consumidores sentiram no bolso.

“É improvável que o consumidor final note a ausência deste produto. No entanto, o mesmo, pode esperar um leve aumento do preço devido à escassez da produção agrícola. Então quem vai participar das festas aí juninas, julinas e agostinas, pode ficar tranquilo. O produto vai ter na prateleira só que o preço será maior do que é de costume”, pondera o pesquisador.

O especialista ainda comenta que, a escassez de chuva para o trimestre tem um potencial para afetar ainda mais a segunda safra de milho. É importante lembrar que o plantio foi concluído mais tarde do que o usual. Com 59% do plantio ocorrendo até o dia 10 de março. Para o pesquisador, esse período é considerado a melhor janela para a semeadura no em Mato Grosso do Sul. Pois apresenta menores chances de adversidades climáticas.

“Após esse período [março] nós tivemos cerca de 40% das lavouras plantadas. Entendemos que quanto mais tardio, há possibilidade de ocorrência de estiagem. Então praticamente esses 40% entram nesse trimestre. No qual tem a tendência de ter geada, e queda de granizo. E devido a colheita tardia essas plantas vão ter o risco mais elevado. O período de estiagem geralmente é sempre maior e prolongado no mês de julho e agosto é um clima bem seco no estado do Mato Grosso do Sul, o qual pode ter uma perda efetiva muito maior. Sendo assim, o Aprosoja sempre ressalta para que o plantio seja realizado até dia 10 de março, no máximo”, recomenda.

Produção no Estado

Mato Grosso do Sul é o 3º maior produtor nacional de milho e teve um crescimento de 1.408% nas últimas 32 safras, graças ao desenvolvimento de tecnologias que permitiram sua produção na segunda safra. Consumimos internamente 72% da nossa produção, os outros 28% vão para exportação, principalmente para China, Japão e Vietnã. Já somos também, o 2º maior produtor de etanol de milho do país.

Segundo o presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni: “O uso de tecnologias na agricultura tem contribuído para a expansão e beneficiamento do milho, tornando o grão um importante polo econômico para Mato Grosso do Sul, agregando valor, contribuindo para geração de empregos e segurança alimentar. Ele é a base para muitos alimentos, também se transforma em etanol, que é um biocombustível, além de óleo e ração animal. E quanto mais opção de comercialização do grão, melhor é para o produtor rural e toda sociedade”, ressalta.

Para o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc, o milho é uma das culturas mais importantes para inúmeros agricultores de Mato Grosso do Sul. “Em Mato Grosso do Sul temos empreendimentos que utilizam o milho como matéria-prima, e sob o ponto de vista econômico, o cereal é excelente alternativa de geração de renda”.

De acordo com dados levantados pela equipe técnica da Aprosoja/MS (Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), a estimativa para a segunda safra de milho em Mato Grosso Sul é de 2,218 milhões de hectares, 5,82% menor em relação ao ciclo passado (2022/2023). A produção está estimada em 11,4 milhões de toneladas, uma queda de 19,23%, e a produtividade é prevista em 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,25%.

Por Suzi Jarde e Julisandy Ferreira

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *