Geralmente utilizada por usinas de álcool para consumo próprio no abastecimento energético das instalações, a chamada bioeletricidade produzida no Estado tem ajudado cada vez mais a fornecer energia limpa para todo o Brasil. Em um espaço de sete ano, a energia elétrica gerada a partir da biomassa de cana-de-açúcar aumentou 365% em Mato Grosso do Sul, o que representa um grande passo em relação ao plano de neutralização das emissões de carbono até 2030 estabelecido pelo governo.
Tanto o bagaço quanto a palha da cana-de-açúcar são reutilizados para a geração de eletricidade nas indústrias sucroenergéticas. De acordo com os dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em MS existem 17 usinas que fazem a cogeração de bioeletricidade, das quais 11 (64%) exportam o excedente para o SIN (Sistema Interligado Nacional). O sistema é responsável por um conjunto de instalações que distribui energia pelo país.
A entrega de bioeletricidade ao SIN pelas unidades sucroenergéticas teve início em 2009 no Estado, que se destaca em termos de eficiência devido ao perfil do parque industrial com plantas mais novas e modernas. Nos últimos sete anos, por exemplo, a entrega de bioeletricidade a partir da cana por Mato Grosso do Sul saltou 631 mil MWh (Megawatt-hora) para 2,3 milhões MWh (Megawatt-hora), o que representa o crescimento expressivo de 365% no período.
De acordo com o Presidente do Conselho Deliberativo da Biosul, Amaury Pekelman, a cogeração de bioeletricidade tem se destacado cada vez mais pela sua potencialidade em termos de sustentabilidade. “A bioeletricidade gerada a partir da biomassa da cana traz ganhos ambientais e econômicos. Se trata de uma fonte de energia limpa e renovável que proporciona segurança energética e contribui para a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa, reforçando a participação das usinas que operam no Estado em programas como o RenovaBio”, ressalta.
A fonte de energia ainda é positiva do ponto de vista da geração de empregos e novos investimentos na indústria, além de reduzir gastos com estruturas de transmissão de energia, uma vez que as usinas estão mais próximas dos centros consumidores. Sua importância na matriz energética do país se dá principalmente pela complementariedade à energia hidrelétrica, como alternativa no período de pouca chuva.
O Governo do Estado comemora os dados no setor. Na avaliação da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o resultado contribui para o MS Renovável (Programa Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento das Fontes Renováveis de Produção de Energia Elétrica), uma das ações decorrentes do Plano Estadual MS Carbono Neutro – PROCLIMA, que tem por objetivo tornar Mato Grosso do Sul, até o ano de 2030, um território que neutraliza suas emissões de carbono.
O MS Renovável tem por objetivo estimular a implantação ou ampliação de sistemas geradores de energia a partir de fontes renováveis, como eólica, termossolar, fotovoltaica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, biogás, hidrogênio, entre outras fontes alternativas. Os beneficiados com o programa terão isenção tributária.
Com informações da Semagro.