Cepea aponta menor patamar de comércio, em meio ao cenário positivo de produção
As cotações dos ovos encerram outubro com fortes quedas em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Em Campo Grande a duzia de ovos chegou a ser vendido entre R$ 6,99 e R$8,99. Segundo levantamento do Centro de Pesquisas, em Bastos, principal município produtor do estado de São Paulo, as médias mensais dos ovos brancos e vermelhos foram as menores desde novembro/24, ou seja, as mais baixas do ano, em termos reais
De acordo com os pesquisadores do Cepea, a queda nas cotações se acentuou na segunda quinzena de outubro. O principal motivo foi o aumento na disponibilidade de produto no mercado interno, combinado à demanda enfraquecida, comportamento comum para o período do ano.
Este é o segundo mês consecutivo de retração nos preços dos ovos, evidenciando o desequilíbrio entre oferta e procura. O setor agora monitora o comportamento do consumo no início de novembro, período em que o mercado tradicionalmente apresenta leve recuperação.
Produção em alta
Por outro lado, a produção brasileira de ovos deverá alcançar 62 bilhões de unidades em 2025, segundo projeções da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). O volume representa uma alta de 7,5% em relação às 57,683 bilhões de unidades registradas em 2024, consolidando um novo recorde histórico para o setor.
O desempenho está diretamente relacionado ao avanço do consumo interno. Em 2025, cada brasileiro deverá consumir, em média, 288 ovos ao longo do ano, uma elevação de 7,1% frente ao consumo per capita de 269 unidades em 2024. Com isso, o Brasil deverá alcançar, pela primeira vez, a lista dos 10 maiores consumidores per capita de ovos do mundo.
De acordo com o presidente da ABPA e presidente do conselho do Instituto Ovos Brasil, Ricardo Santin, o movimento de expansão deve continuar em 2026, com produção estimada em até 65 bilhões de unidades e consumo per capita chegando a 306 ovos por habitante, reforçando o papel do ovo na segurança alimentar e na saúde da população – assumindo o sétimo lugar entre os países com maior consumo per capita da proteína no planeta.
“Estamos vivendo uma nova era para o setor de postura. O ovo tem ganhado espaço em todos os perfis de consumo, impulsionado por fatores como acessibilidade, versatilidade e alto valor nutricional. Ao mesmo tempo, o setor tem se beneficiado de custos mais ajustados e maior presença nas mesas dos brasileiros, o que sustenta a perspectiva de crescimento consistente nos próximos anos”, destaca Santin.
Por Suzi Jarde
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