Balança comercial do agronegócio registra superávit em novembro

agronegocio soja graos producao rural agronegocio
Foto: Arquivo/Semagro

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou, nesta sexta-feira (10), a análise do comércio exterior do agronegócio brasileiro, com dados de novembro. Enquanto a balança comercial total (com produtos de todos os setores) registou déficit de US﹩ 1,3 bilhão, a balança comercial do setor apresentou superávit de US﹩ 6,9 bilhões.

No acumulado do ano, o setor registrou saldo positivo de US﹩ 96,6 bilhões, ou seja, US﹩ 14,8 bilhões acima do acumulado no mesmo período do ano passado. Por outro lado, os demais setores da economia apresentaram déficit de US﹩ 39,5 bilhões de janeiro a novembro deste ano.

Em novembro, as exportações do agronegócio somaram US﹩ 8,4 bilhões, um crescimento de 6,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. As importações do setor cresceram 10,5% frente a novembro de 2020, atingindo US﹩ 1,4 bilhão no mês.

Após a suspensão da compra de carne bovina do Brasil pela China desde setembro deste ano, esta proteína animal teve queda de 41,5% no valor e 49,2% em quantidade. Houve ainda queda de 16,3% no valor e 9,8% na quantidade da carne suína, resultante também da queda da demanda chinesa, decorrente em parte da recomposição parcial do rebanho doméstico.

Além das carnes, em novembro, houve queda acentuada no milho, no algodão e no café 49,6%, 50,1% e 35,7% em quantidade e 41,7%, 42,0% e 0,9% em valor, respectivamente. O açúcar exportado apresentou queda apenas na quantidade (8,2%).

A exportação dos principais produtos do agronegócio apresentou crescimento significativo em termo de valor, com exceção do milho, no acumulado do ano, na comparação com o mesmo período de 2020. Em quantidades, as quedas mais significativas foram no milho (-42,5%), no açúcar (-8,8%) e na carne bovina (-8,1%).

De acordo com a pesquisadora associada do Ipea, Ana Cecília Kreter, “para as proteínas animais, a tendência é de desaceleração do crescimento, com preços ainda em alta no primeiro trimestre de 2022”, disse.

Segundo ela, 2021 tem sido um ano de apreciação de preços no mercado internacional, com efeitos equivalentes no mercado interno. “Entre os principais fatores apontados pelas altas observadas este ano, encontram-se: a demanda aquecida, principalmente de grãos e proteínas animais, o comprometimento de algumas safras, como a de café e de açúcar, e as dificuldades logísticas”, avaliou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *