Um dos epicentros da pandemia no mundo, a América Latina será o continente que sofrerá a maior queda do PIB e um será um dos piores em termos de contração de importações entre todas as regiões. Dados publicados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta terça-feira (6) revelam que, em 2021, a recuperação da região será a mais fraca entre todos os continentes.
A OMC admite que, dentro do bloco, as disparidades são importantes e que o resultado comercial do Brasil tem sido menos grave que o restante do continente. A previsão da agência é de que o PIB da América Latina sofra uma contração de 7,5% em 2020, um resultado mais grave que a média mundial, de contração de 4,8%.Na Europa, a contração será de 7,3%. Outros continentes – África e Oriente Médio – sofrerão contrações de 5,5%, 4,4% de queda na América do Norte e tombo de 2,5% na Ásia.
Para 2021, a recuperação na América Latina será a mais lenta de todas, com um salto de apenas 3,8%, contra uma média mundial de 4,9%. “A região foi duramente afetada pela pandemia”, admitiu a entidade com sede em Genebra.
Em termos comerciais, a queda da importação na região será de 13,5% em 2020. Na Europa, a contração prevista é de 10%, contra 8,7% na América do Norte.
Para 2021, a importação na América Latina seria retomada com um crescimento de 6,5%. Mas, ainda assim, longe de um resultado que possa permitir uma recuperação aos níveis pré-pandemia. “Isso deixa a situação profundamente deprimida ainda”, alertou a OMC.
Apesar do resultado ruim, a agência estima que a crise no Brasil poderia ser menos intensa. Em parte, isso seria resultado da resistência do setor agrícola. De acordo com a OMC, o comércio de produtos agrícolas caiu menos que a média mundial no segundo trimestre. O tombo foi de 5%, contra uma média dos outros setores de 21%, uma vez que os alimentos são uma necessidade que continuou a ser produzida e embarcada mesmo sob as mais rigorosas condições de fechamento.
Enquanto isso, o comércio de combustíveis e produtos de mineração caiu em 38%. O comércio global de mercadorias registrou seu declínio mais acentuado de um período no segundo trimestre, caindo 14,3% em comparação com o período anterior. Nesse caso, os declínios mais acentuados foram na Europa e na América do Norte, onde as exportações caíram 24,5% e 21,8%, respectivamente.
Em comparação, as exportações asiáticas foram relativamente poupadas, caindo apenas 6,1%. Durante o mesmo período, as importações caíram 14,5% na América do Norte e 19,3% na Europa, mas apenas 7,1% na Ásia.
(Com informações: Uol Notícias)