Em sessão especial, a Câmara de Vereadores de Bandeirantes cassou, na terça-feira (29), o mandato do prefeito Álvaro Nackle Urt (DEM) por improbidade administrativa. O prefeito, que é candidato à reeleição e já estava em campanha, foi afastado do cargo por oito votos a um, acusado de três crimes contra a administração pública.
O vice-prefeito, Luiz de Souza Meira (PSD), tomou posse. No primeiro semestre a Operação Sucata Preciosa, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, indicou que a prefeitura estava emitindo notas frias, com o pretexto de manutenção dos veículos da frota utilizados no transporte escolar. Conforme as investigações do MPE, empresas emitiam notas fiscais frias como compra de peças e manutenção. Porém, os veículos foram encontrados sucateados e parados em pátios. O órgão investigou crimes de fraude, peculato, falsidade e corrupção.
Em 26 de junho de 2020, a assessoria jurídica da Câmara apresentou relatório e posteriormente os vereadores se reuniram e deliberaram o recebimento de denúncia e criação de Comissão de Investigação Processante. No dia 1° de julho, a comissão buscou cópias da investigação ao MPE e a Câmara iniciou os trabalhos.
A cassação
O presidente da Casa de Leis, vereador Jeovane Félix (PSB), comandou a sessão que teve início na parte da manhã. O prefeito acompanhou o julgamento junto a assessores. E o vereador Eugênio Fernandes (PSDB) disse que inicialmente a denúncia foi proferida pelo morador da cidade Everton Leandro, em 24 de junho de 2020, fundamentada na lei orgânica e infração que leva à cassação após investigações do MPE.
Foram realizadas oitivas na Câmara com testemunhas de defesa e acusação. O prefeito não compareceu na data marcada para depoimento e apresentou atestado médico. Porém, em 28 de setembro o prefeito enviou as alegações finais.
Vai recorrer
O vice-prefeito, Luiz de Souza Meira (PSD), já tomou posse e deve permanecer até 31 de dezembro de 2020. Álvaro Urt disse à imprensa local que vai recorrer da cassação. Segundo ele, o caso trata-se de decisão política já que faltam 45 dias para a eleição municipal.
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(Texto: Rafael Belo)