O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na quinta-feira (17), durante live semanal no Facebook, que entrou em contato com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, pedindo para que o Brasil comece a se preparar para a volta às aulas na pandemia do coronavírus.
A solicitação vem após a OMS, Unicef e Unesco apelarem aos governos mundiais para que coloquem a abertura de escolas, e não bares e eventos de massa, como prioridade.
Segundo as entidades, não existem evidências suficientes ainda para declarar que foi a reabertura de escolas que agravou a transmissão da covid-19 em uma comunidade, desde que as medidas de proteção e de saúde forem adotadas.
“Nós somos o país que tem o maior número de dias da molecada sem aula, só está faltando nós. Hoje mandei mensagem até para o ministro Milton, do MEC, para ele se preparar e começar a orientar – a decisão [final] não é nossa, é dos prefeitos – para que se voltem as aulas no Brasil. É inadmissível, perdemos um ano letivo”, disse.
Bolsonaro ainda aproveitou a oportunidade para criticar os sindicatos de professores do Brasil, que, segundo ele, fazem parte da ‘esquerda radical’ e querem que os alunos não voltem a se ‘instruir’.
“O pessoal deve saber como é composto, não é, a ideologia dos sindicatos de professores pelo Brasil. É um pessoal de esquerda radical. Que para eles está muito bom ficar em casa. Por dois motivos: eles não trabalham e outra, colabora para que a garotada não aprenda mais coisas. Não voltem a aprender a se instruir.”
Um relatório da semana passada da OCDE coloca o Brasil no grupo dos países já com mais tempo de escolas fechadas desde o início da pandemia.
Segundo o estudo, até o fim de junho, 52% dos países — 46 nações foram avaliadas — haviam fechado suas escolas por 12 a 16 semanas e 28% as mantiveram fechadas por 16 a 19 semanas.
O Brasil está no limiar com 16 semanas contabilizadas até 30 de junho. Os países da OCDE haviam mantido, em médias, suas escolas fechadas por 14 semanas até o fim do período estudado.
(Com informações: Uol Notícias)