Tendência de melhorar com o tempo é a boa notícia
A má notícia: casos graves de COVID-19 podem deixar sequelas nos pulmões. A boa notícia é que estas tendem a melhorar com o tempo. Essas foram as conclusões de um estudo realizado no estado do Tirol, na Áustria, um dos epicentros de infecção do coronavírus no país, e apresentado na segunda- -feira (7) em um congresso da Sociedade Europeia de Respiração, com apoio da Fundação Europeia de Pulmão.
Os pesquisadores recrutaram pacientes internados nos hospitais da Universidade Clínica de Medicina Interna, em Innsbruck, no Hospital St. Vinzenz, em Zams, e no Centro de Reabilitação Cardiopulmonar, em Münster, e avaliaram suas condições após 6 e 12 semanas de alta hospitalar. Uma terceira avaliação, com 24 semanas, foi concluída nesta semana, porém os resultados ainda não foram divulgados.
Um total de 86 pacientes foi avaliado entre 29 de abril e 9 de junho, embora o número de pacientes agora atinja 150 participantes. A idade média dos pacientes era de 61 anos, e a maioria (65%) era de homens, fumantes (50%) e acima do peso (65%). O tempo médio de hospitalização foi de 13 dias.
Durante a primeira visita, mais da metade dos pacientes apresentava ao menos um sintoma persistente (65% ou 56 pacientes), em especial falta de ar, também chamada de dispneia (47% ou 40 pacientes), e tosse (15% ou 13 pacientes).
Análises de tomografia revelaram danos nos pulmões em 88% dos pacientes após seis semanas de alta hospitalar. Completadas 12 semanas após a saída do hospital, a taxa de pacientes com danos nos pulmões caiu para 56%. A persistência dos sintomas foi menor, caindo de 65% para 54%, sendo que destes 39% (31 pacientes) ainda apresentavam dispneia e 15%, tosse.
‘Vidro fosco’
Comparativamente, as análises de tomografia mostraram melhora da condição chamada de “vidro fosco” nos pulmões.
Se antes, com 6 semanas, o escore que mede a severidade dos danos aos pulmões indicava 8 pontos, com 12 semanas esse índice caiu pela metade, para 4 pontos. A taxa de tecido inflamado também melhorou; antes presente em 88% dos casos (74 pacientes), passou para 56% (48 pacientes) após 12 semanas.