“Eu concordo com o governo que não há espaço para a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600. Nós temos que construir um caminho, mas esse debate nós vamos fazer em outro momento”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na terça-feira (11) após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O principal assunto do encontro, segundo eles, foi o teto de gastos. Maia expressou preocupação com a possibilidade de furar o teto e defendeu que haja melhoria na qualidade do gasto público.“Não tem jeitinho, não tem esperteza”, disse ele. “Você explode o teto de gastos de um lado e a economia afunda do outro.”
“De forma nenhuma, a presidência da Câmara vai pautar, e eu espero que o governo não encaminhe nenhuma prorrogação do decreto de calamidade”, disse Maia. Segundo ele, isso não pode ser instrumento para furar o teto no ano de 2021 através do orçamento de guerra. Tanto o decreto de calamidade pública quanto a emenda constitucional que estabeleceu o orçamento segregado são válidos apenas até o final de 2020. Maia defendeu que sejam regulamentados os gatilhos do teto de gastos.
Mais tarde, Maia publicou no Twitter que teve uma “conversa franca” com Guedes e que “há consenso de que não haverá jeitinho nem esperteza para desrespeitar o teto de gastos”.
“Não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a ministros fura-tetos”, disse Guedes, que frisou que, se o presidente quiser ser reeleito, terá de ser dentro dos padrões de responsabilidade fiscal. “Se tiver ministro fura-teto, eu vou brigar com o ministro fura-teto.”
Para Guedes, conselheiros que estão defendendo rompimento do teto de gastos irão levar o presidente Jair Bolsonaro para uma zona de incertezas, de impeachment e de irresponsabilidade fiscal. “O presidente sabe disso e ele tem nos apoiado.” Ele defendeu que haja desindexação e desvinculação dos gastos do orçamento.
(Com informações do Congresso em Foco)