Casos confirmados do novo coronavírus somam 23.411, o que são 66% das confirmações por dengue neste ano
Em paralelo à COVID-19, o contágio por dengue e influenza continuam acometendo a população de Mato Grosso do Sul e, por apresentarem sintomas em comum, sem os exames laboratoriais, o diagnóstico preciso pode ser mais uma dificuldade para o médico e o paciente. A taxa de internação na macrorregião da Capital está em 94%, de acordo com o último boletim divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), e 40% dos casos são de pacientes positivos para o novo coronavírus.
Embora a COVID-19 tenha chegado a MS neste ano, o número de casos confirmados do vírus, 23.411, que teve os primeiros infectados registrados em março, já alcançou 66% do total de pacientes com dengue entre janeiro e julho deste ano, que somam 34.951. Em notificações, enquanto dengue soma 66.714 mil casos, o novo coronavírus chegou a 112.870 notificados, com 82.683 descartados.
Em relação à H1N1, pelas condições do tempo, tradicionalmente há uma preocupação com a doença no inverno, mas das três é a que menos apresenta casos: são 5.069 casos notificados de SRAG (síndrome respiratória aguda grave), conforme os dados da SES (veja os dados completos ao lado).
A infectologista da Santa Casa de Campo Grande, Priscila Alexandrino, ressaltou que, de forma geral, diagnosticar as patologias que causam síndromes respiratórias é mais difícil. “Seja na H1N1 ou H3N2 por conta das manifestações clínicas que são muito similares, tanto na COVID-19 quanto na influenza temos de fazer exames diagnósticos, testes para confirmarmos de qual doença se trata, pois a febre e os sintomas respiratórios estão presentes nas duas doenças”, pontuou.
Alexandrino explicou que, em relação à dengue, apesar de não haver a presença de síndromes respiratórias, as dores musculares podem causar confusão no diagnóstico para outras doenças. “Quando falamos de dengue temos a presença de mialgia que é dor muscular, dor no corpo, o cansaço também está presente na dengue e também é um fator de confusão para o diagnóstico de outras doenças”, frisou.
A médica pontuou que é comum os pacientes se queixarem de uma doença e serem diagnosticados com outra. “Nós temos o fato de que a COVID-19 é uma doença nova e a comunidade científica ainda está descobrindo novos sintomas que os pacientes podem apresentar, como sintomatologias gastrointestinais que anteriormente nós não víamos, sintomatologias em relação à coagulação sanguínea, a trombose, então a cada dia nós descobrimos novas manifestações que o coronavírus pode causar no indivíduo humano”, explicou.
Alexandrino reiterou que a febre, presente em todas as doenças, é um sintoma muito inespecífico, e por esta razão cabe ao médico, por meio da conversa com o paciente, de uma avaliação benfeita e de um exame físico adequado, chegar a uma hipótese de diagnóstico que deverá ser confirmada ou não por teste laboratorial. Em relação a eventuais acometimentos de duas doenças ao mesmo tempo, a infectologista afirmou que não são casos comuns, mas que podem, sim, acontecer.
“Não é comum o paciente ter duas infecções, duas doenças ao mesmo tempo, mas pode acontecer. E como nós estamos em uma área endêmica para dengue, em um país tropical, nós já temos experiências de longa data com a doença e agora temos o advento do coronavírus, então é possível [que os pacientes tenham duas doenças ao mesmo tempo]”, finalizou.
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(Texto: Amanda Amorim/Publicado por João Fernandes)