O World Mosquito Program (WMP) criou uma mecanismo que auxilia no combate da dengue, zika e chikungunya. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trouxe esse estudo para o Brasil, e a iniciativa demonstrou significativos resultados em Niterói, no Rio de Janeiro. Em setembro, Mato Grosso do Sul realizará o mesmo experimento com apoio da Secretaria de Estado de Saúde.
O Método Wolbachia, como é conhecido, está na etapa de instalação da biofábrica, na sede do Lacen (Laboratório Central de MS). Segundo o líder do Método Wolbachia no Brasil e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, o projeto é resultado da descoberta do WMP de que o mosquito Aedes aegypti, quando contém a bactéria Wolbachia, tem sua capacidade reduzida de transmitir as três doenças citadas.
O estado de Mato Grosso do Sul vem lutando contra a Aedes aegypti há muitos anos, para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, este é um projeto muito significativo, e é um alívio para o enfrentamento dessas doenças. “De janeiro até 17 de junho tivemos 62,5 mil casos notificados de dengue em nosso Estado. Somos o segundo estado no ranking nacional desta doença que tem ceifado muitas vidas. Já foram registrados 39 óbitos”, lamenta Resende.
O Método Wolbachia será implementado em toda a área urbana da Capital em cerca de três anos. “Campo Grande é uma cidade de médio porte que tem problemas de dengue e, então, foi escolhida no Centro-oeste para mostrar que o projeto pode funcionar em diversos biomas do Brasil”, afirma Moreira.
“A fase de liberação, em si, leva cerca de 16 semanas, depois juntamente com o diagnóstico para ver a coleta desses mosquitos, o monitoramento para ver se os mosquitos com Wolbachia estão se procriando, aumentando em número naquela localidade e consequentemente possibilitando a redução no número de casos da doença. É importante ressaltar que este é um método complementar e as demais ações de controle da dengue devem continuar a ser realizadas”, reforça o líder do Método Wolbachia.
Para a liberação dos mosquitos, Campo Grande foi dividida em seis áreas. A primeira abrange os bairros de Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. No último dia 13 os membros da OPAS visitaram as obras da biofábrica do Método Wolbachia.
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(Texto: Inez Nazira)