Linhas de financiamento para temporada 2020/2021 foram lançadas pelo Ministério da Agricultura
A ministra Tereza Cristina, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, anunciou ontem (17) que o Plano Safra 2020/2021 contará com R$ 236,3 bilhões. O valor representa um aumento de R$ 13,5 bilhões em relação à safra anterior e vai beneficiar principalmente os pequenos e médios produtores do país. Do total, R$ 179,4 bilhões serão para custeio e comercialização, e os outros R$ 57 bilhões para investimentos. Outra novidade anunciada foram as taxas de juros, que neste ano se consolidam como as menores taxas de juros do plano, variando entre 2,75% e 4,0% ao ano.
Durante a apresentação no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) destacou o papel do campo para a manutenção da alimentação nas cidades mesmo com a pandemia.
“Todos os países têm como objetivo permanente a segurança alimentar. A cidade pode parar, mas o campo a fará ressurgir. Mas se o campo parar, todos sucumbirão. Nesta pandemia, o campo não parou e essa região, que mais que garantiu a nossa segurança alimentar, continuou levando alimento para todos os brasileiros. Se parássemos hoje, teríamos como alimentar por mais cinco anos a nossa população, o que produzimos por ano alimenta um bilhão de pessoas”, afirmou.
Em seu pronunciamento, a ministra destacou o papel desenvolvido pelos produtores e pontuou que neste ano um de seus grandes anseios, as taxas de juros menores, será concretizado.
“Semear, plantar, cuidar, esperar florescer e enfim colher os frutos da terra, é e sempre será algo essencial e belo. Uma atividade totalmente ligada à natureza só pode ter como caminho a busca da sustentabilidade. O incentivo à produção sustentável tem destaque neste Plano Safra, que vem com mais recursos e melhores condições de financiamento, a juros mais baixos”, afirmou.
Nessa ocasião, pelo menos 65% do crédito rural será aplicados às taxas de juros controladas. Além disso, os pequenos produtores rurais terão R$ 33 bilhões para financiamento do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), com juros variando entre 2,75% e 4%, perante os 3% a 4,6% do período anterior.
Para os médios produtores rurais serão destinados R$ 33,1 bilhões, por meio do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), com juros de 5% ao ano diante dos 6% do plano anterior.
Além disso, com a ampliação para R$ 1,3 bilhão ao prêmio do seguro rural, valor 30% maior, os produtores da agricultura familiar poderão ter acesso ao crédito com juros variando entre 2,75% e 4,0% ao ano. Para grandes produtores os juros serão de 6% ao ano, valor também inferior aos 8% do ano anterior.
Para o presidente da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul), André Dobashi, os valores apresentados são adequados e tendem a ajudar os produtores nas principais demandas para o período
“De forma geral o Plano Safra anunciado foi bem adequado para as necessidades dos produtores atualmente. A principal preocupação dos produtores são com as taxas de juros de custeio e houve a redução de juros, que atende parcialmente a demanda das entidades, que gostariam que o patamar estivesse próximo da Selic. É importante destacar que houve um aumento muito bom em recursos para o seguro rural, volume previsto em R$ 1,3 bilhão. No plano safra 2017/18 o valor foi de R$ 550 milhões, em 2018/19 foi de R$ 600 milhões, e no último, de R$ 1 bilhão, então, temos um apoio maior”, comentou.
Mesmo com valores superiores, o Plano Safra 2020/21 manteve os R$ 500 milhões em recursos para o programa de construção e reforma de casas rurais. Com isso, os investimentos cresceram em média 29% em inovação tecnológica, armazenagem, irrigação, agricultura e pecuária de baixa emissão de carbono. Os financiamentos poderão ser adotados a partir de 1º de julho deste ano até 30 de junho de 2021.
Além de boas previsões para este ano, a ministra destacou ainda que, mesmo com o cenário provocado pela pandemia, a agropecuária continuou em expansão e será ela que terá um papel importante na economia, no período pós-pandemia.
“Destacamos as boas previsões para este ano: um aumento da área plantada e a colheita de safra recorde de grãos, estimada em 250,5 milhões de toneladas [3,5% superior à safra anterior]. É importante frisar ainda que a contratação de crédito rural na safra passada foi a maior já verificada, somando R$ 207 bilhões. No primeiro trimestre de 2020, enquanto outros setores sofreram retração, a agropecuária cresceu 1,9%. Além de abastecer o mercado interno, o agro exportou 17,5% a mais em relação ao mesmo período de 2019, gerando ganhos para a balança comercial e preservando empregos e renda para os brasileiros”, comemorou.
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(Texto: Michelly Perez/Publicado por João Fernandes)