As contas públicas do governo federal tiveram rombo de R$ 92,9 bilhões em abril, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (28). O resultado representa o maior deficit fiscal para o mês desde o início da série histórica, iniciada em 1997.
O Ministério da Economia estima que o deficit seja de R$ 708,7 bilhões em 2020, o equivalente a 9,9% do PIB (Produto Interno Bruto). O deficit é formado quando as despesas superaram as receitas do governo federal.
De acordo com o governo federal, a arrecadação do governo federal caiu R$ 43 bilhões am abril com a atividade econômica e o adiamento do pagamento de tributos. Os gastos subiram R$ 60 bilhões.
Em abril, a União iniciou o pagamento do auxílio emergencial, também conhecido como coronavoucher. Cálculos da pasta indicam que o programa temporário vai custar R$ 152 bilhões aos cofres públicos em 2020.
A ampliação de gastos é feita em meio a crise econômica com a pandemia de covid-19. De acordo com o Banco Central, os economistas estimam que o PIB (Produto Interno Bruto) vai recuar 5,89% em 2020.
O desaquecimento da economia gera perda na arrecadação do governo federal, que em abril atingiu R$ 101,2 bilhões –queda de 27,2% em comparação com o mesmo mês de 2019.
O deficit na contas públicas de abril é quase igual a todo o rombo fiscal de 2019, que somou R$ 95 bilhões. O resultado primário do último mês superou o antigo recorde de dezembro de 2016, que era um deficit de R$ 62,45 bilhões.