O presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem (20) que a atriz Regina Duarte deixaria a Secretaria da Cultura e assumiria novas delegações na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Contudo, a direção e o corpo técnico da instituição, além do atual superintendente, Roberto Barbeiro, não sabiam da negociação. Uma reportagem realizada pela Folha de S.Paulo apurou que funcionários foram surpreendidos com a futura nomeação.
Na terça-feira (19), Barbeiro ainda mantinha o diálogo com a secretaria e com a equipe da atriz para encontrar uma saída para a falta de repasse de verbas para a Cinemateca neste ano, cujo orçamento anual beira os R$ 12 milhões.
Neste ano, Regina esteve na Cinemateca para ser entrevistada pelo ator Carlos Vereza. Pouco antes de sua posse em Brasília, em março, ela retornou para outra visita às instalações. Na época, ela ficou encantada com o espaço, um antigo matadouro adaptado para acolher o acervo, a biblioteca e as salas de projeção.
Os funcionários da instituição não foram informados sobre qual cargo será assumido por Regina. Nos bastidores, cogitam até a possibilidade da criação de um cargo novo para a atriz na Cinemateca.
Desde 2018 a instituição é gerida pela organização social Acerp, a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, que perdeu recentemente um contrato com o Ministério da Educação. Nenhuma parcela da verba anual foi repassada para a gestora em 2020. Com 250 mil rolos de filmes e cerca de 1 milhão de documentos, a Cinemateca é a principal instituição responsável pela preservação e difusão do patrimônio audiovisual brasileiro.
(Texto: Jéssica Vitória com informações do Notícias ao Minuto)