PGR quer divulgação restrita de fala de Bolsonaro

O procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se na noite de quinta-feira (14)  sobre uma suposta divulgação do vídeo com as falas do presidente Jair Bolsonaro na reunião ministerial do dia 22 de abril. O material restrito integra oinquérito que apura acusações do ex-ministro Sergio Moro de que interferir na Polícia Federal, e disse não compactuar com o uso de investigações como “palanque eleitoral precoce” de 2022.

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal, Aras defendeu que a divulgação do vídeo fique restrita às considerações que o presidente faz sobre a atuação da “Polícia Federal, da ‘segurança’, do Ministério da Justiça, da Agência Brasileira de Inteligência e da alegada falta de informações de inteligência das agências públicas”.

O parecer do procurador-geral vai ajudar a embasar a decisão que deverá ser tomada na sexta-feira pelo ministro Celso de Mello, do STF, de liberar ou não, integral ou parcialmente, o conteúdo do vídeo.

Para Aras, a divulgação integral do conteúdo – como defende Moro – “o converteria, de instrumento técnico e legal de busca da reconstrução histórica de fatos, em arsenal de uso político, pré-eleitoral (2022), de instabilidade pública e de proliferação de querelas e de pretexto para investigações genéricas sobre pessoas, falas, opiniões e modos de expressão totalmente diversas do objeto das investigações”.

“Em outras palavras, o procurador-geral da República não compactua com a utilização de investigações para servir, de forma oportunista, como palanque eleitoral precoce das eleições de 2022”, destacou.

A posição da PGR – que poderá ser responsável por denunciar o presidente – é até mais restritiva do que a da Advocacia-Geral da União, favorável à divulgação da maior parte das falas de Bolsonaro na reunião.

(Terra)

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