O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no início do mês que o Brasil está com um “grande problema” com o coronavírus e que o País “precisou parar”. Trump conversou por telefone com o presidente Jair Bolsonaro em uma ligação em que os dois “reiteraram importância de retardar a disseminação do vírus e proteger vidas através do compartilhamento de informações, aumento da preparação e cooperação em terapias e desenvolvimento de vacina”, segundo a Casa Branca.
Durante a tarde, o chanceler do Brasil, Ernesto Araújo afirmou que a conversa foi em tom de parceria diante da crise mundial com a pandemia e disse que Trump se colocou à disposição para a cooperação com o Brasil no que for necessário. Araújo disse que os dois presidentes não trataram especificamente de medidas de confinamento.
Em comunicado, a Casa Branca afirmou que Trump e Bolsonaro também de comprometeram a defender empregos e renda, usando as ferramentas necessárias para restaurar o crescimento global.
O americano passou todo o mês de fevereiro e início de março como um dos principais expoentes do negacionismo da crise. Quando Bolsonaro passou a chamar o coronavírus de uma “fantasia superdimensionada”, no entanto, o presidente dos EUA já estava entrando em movimento contrário, para reconhecer o tamanho do problema.
Trump passou quase duas horas em coletiva de imprensa nesta tarde na Casa Branca, sem fazer qualquer menção à conversa com Bolsonaro. A última pergunta da longa entrevista foi sobre o telefonema do Brasil. “Ele (Bolsonaro) é um grande cara, está trabalhando duro. Ele está com um problema com o vírus, um grande problema. Falamos sobre isso hoje. O Brasil está paralisado, você sabe? Eles não iam paralisar, mas precisaram. O Brasil está paralisado. O mundo está paralisado”, disse Trump.
(Texto: João Fernandes com Terra)