Apesar dos 250 km que separam a fronteira, um grande incêndio que tem consumido a região da Chiquitania, localizada na cidade boliviana de Roboré está afetando a qualidade do ar em Corumbá, que ficou coberta por densa camada de fumaça pelo quarto dia consecutivo. Registra-se cerca de 471.000 hectares consumidos pelo fogo em matas e pastos, causando até a suspensão das aulas escolares no país andino.
No Pantanal e na área urbana, focos de incêndio também são registrados diariamente. Às margens da BR-262, as chamas consomem a mata chegando aos acostamentos e dificultando a visibilidade dos motoristas que utilizam a via.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nas últimas 48h, Corumbá registrou 141 focos de incêndio. Nos primeiros 21 dias de agosto, o município já soma 976 focos de queimadas. De janeiro até agora, a Cidade Branca é a segunda do Brasil em número de focos, com 2.193, ficando atrás apenas de Altamira no Pará, que tem 2.354 focos.
Não chove em Corumbá desde 26 de junho, quando foram registrados 5,6 milímetros de precipitação. A umidade do ar tem ficado abaixo dos 20%, enquanto o recomendável para a Saúde é 60%.
Queimadas no Brasil
As queimadas no Brasil aumentaram 82% em comparação com o mesmo período de 2018. De acordo com o Programa Queimadas, coordenado pelo Inpe, foram registrados 71.497 focos de queimadas nos primeirors oito meses de 2019, contra 39.194 registrados no ano passado. Esse número é o maior dos últimos sete anos.
Cinco estados do país apresentaram os maiores aumentos dos números de queimadas em comparação com o mesmo período de 2018: Mato Grosso do Sul (206%), Rondônia (198%), Pará (188%), Acre (176%) e Rio de Janeiro (173%). (Jean Celso)