Com o impacto causado pelo coronavírus (Covid-19), o setor de petróleo pode ter a pior crise em 100 anos, conforme avaliou nesta quinta-feira (26) o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
A direção da estatal explica que, as petrolíferas vêm sendo duplamente afetadas pelo ambiente atual de negócios, em que tanto a demanda quanto o preço do petróleo e derivados estão em queda.
Em suas considerações iniciais na reunião, da qual participou por vídeo transmitido de sua casa, Castello Branco disse que sua percepção é de que se está vivendo um momento sem precedentes. “Isso é mais sério do que tivemos no passado. É talvez a pior crise sofrida pela indústria do petróleo em 100 anos. Não há fórmula para lidar com essa crise.“
Apesar disso, ele defendeu o enfrentamento da situação atual sem pânico, com transparência, agilidade e trabalho em equipe.
Castello Branco e diretores da Petrobras avaliaram que ainda é cedo para prever que cenários serão produzidos pela crise e disseram que as medidas anunciadas pretendem preparar a empresa para lidar com o preço do barril de petróleo a US$ 25 em vez de US$ 40.
“A menos que aconteça algum evento inesperado, não prevemos uma recuperação significativa do preço do petróleo”, afirmou Castello Branco, reforçando que o cenário é de incerteza. “Nossa resposta à crise está longe de estar completa. Estamos estudando medidas adicionais, incluindo uma revisão completa do portfólio de projetos”.
Sobre o programa de desinvestimentos, o presidente da estatal garantiu que haverá continuidade. Ele admitiu, porém, que o valor dos ativos foi afetado pela crise e disse que será preciso analisar essa queda.
A Petrobras anunciou aos investidores que deve adiar as manutenções programadas em refinarias. Segundo a diretora executiva de Refino e Gás Natural, Anelise Lara, esses procedimentos requerem a presença de muitos profissionais nas unidades, o que será evitado para prevenir a propagação do Covid-19.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Agência Brasil)